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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

PÉROLAS DA SABEDORIA


Apresentamos aos internautas uma coletânea de trechos meticulosamente escolhidos para auxiliá-lo a iluminar a senda do caminho rumo ao conhecimento e reconhecimento de si mesmo, diante dos insondáveis mistérios da vida:

Faça a sua parte e não se preocupe com os outros. Acredite que Deus também fala com eles, e que estão tão empenhados quanto você em descobrir o sentido desta vida. (Paulo Coelho)

Há homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido. (Confúcio)

Rir muito e com freqüência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das criança; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido sucesso. (Ralph Waldo Emerson)

Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca. (Antoine de Saint-Exupéry)

O autoconhecimento é impossível se não formos além da nossa existência superficial, que é mero resultado de experiências exteriores selecionadas pela memória, uma representação inexata ou uma tradução apressada, incompetente e fragmentária de uma pequena parte do nosso grande Ser - precisamos ir além disso e lançar a nossa sonda bem fundo no inconsciente, precisamos abrir-nos ao superconsciente para conhecer a relação que existe entre essas coisas e o nosso ser superficial. Porque é entre essas três coisas que a nossa existência se movimenta, e é nelas que encontra a sua totalidade. (Sri Aurobindo)

Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passareis por aflições; mas, tende bom ânimo; eu venci o mundo. ( João 16:33)

Se conheces o inimigo e te conheces a ti mesmo, não precisas de temer o resultado de cem batalhas. Se te conheces a ti mesmo, mas não conheces o inimigo, por cada vitória sofrerás também uma derrota. Se não te conheces a ti mesmo nem conheces o inimigo, perderás todas as batalhas. (Sun Tzu, A Arte da Guerra)

O ponto de virada no processo de crescimento é quando você descobre o centro da força dentro de você, que sobrevive a qualquer sofrimento. (Max Lerner)

Quando um homem está doente, se não se encontra essencialmente realizado, dá-se conta de que quando estava de saúde tinha descuidado muitas coisas essenciais; que tinha preferido o acessório ao essencial. (Gustave Thibon)

Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz, temos um pequeno período de tranqüilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós e a infestar todo o ambiente em que vivemos. O que queríamos evitar no combate, a decepção e a derrota, passa a ser o único legado de nossa covardia. (Paulo Coelho)

Talento é dom mais paixão. Um desejo de vencer tão intenso, que nenhuma força no mundo consegue detê-lo. (Nil Simon)

Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe: outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade. (S. Tomás de Aquino)

Sempre que o homem seguir com sinceridade o caminho da fé, ele será capaz de aproximar-se de Deus e operar milagres. (Paulo Coelho)

Deus é o Deus do presente. Assim ele te encontra e acolhe não pelo que fostes, mas pelo que és agora. (Johannes Eckhart)

O verdadeiro conhecimento é o autoconhecimento. Ele tem suas raízes no interior do homem e surge através da reflexão e da contemplação. (A.D.)

As grandes coisas são feitas por pessoas que tem grandes idéias e saem pelo mundo para fazer com que seus sonhos se tornem realidade (Ernest Holmes)

Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. (Isaac Newton)

Só existe duas formas de viver a vida. A primeira é pensando que o milagre não existe; a outra é pensando que tudo é milagre. (Albert Einstein)

O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos. (Elleanor Roosevelt)

O ser humano é o único que pode escolher a direção de suas ações, tornando visíveis as intenções da sua essência interior e por suas atitudes, mostrar o valor de sua palavra, o poder de seu pensamento e o calor de seu sentimento, em tudo o que realiza. (Maria C. Freitas)

O caminho é o que importa, não o seu fim. Se viajar depressa demais, vai perder aquilo que o fez viajar. (Bantam)

Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei. (O Caibalion)

A coisa de maior extensão no mundo é o universo, a mais rápida é o pensamento, a mais sábia é o tempo e mais cara e agradável é realizar a vontade de Deus. (Tales de Mileto)

As coisas nas quais você realmente acredita sempre acontecem; e a crença em algo faz com que elas virem realidade. (Frank Lloyd)

O conhecimento integral admite as verdades válidas de todos os pontos de vista sobre a existência, válidas cada qual no campo que lhe compete; mas busca eliminar as limitações e negações e harmonizar e reconciliar essas verdades parciais, inserindo-as numa verdade maior que preenche as múltiplas facetas do nosso ser na única Existência onipresente. (Sri Aurobindo)

A arte saiu da caverna e caminha em direção ao divino. É o Deus que há em nós, a grande mola que propulsiona o homem para a frente e para cima. (Olga Savary)

Se você quer mudar tudo, basta mudar a sua atitude. (S. Brown)

Perdedores visualizam as penas dos fracassos. Vencedores vislumbram as recompensas do sucesso. (Rob Gilbert)

Alguns chegam ao conhecimento do seu Eu Espiritual por meio da meditação; outros pelo pensar aprofundado; alguns alcançam a percepção mediante renunciação; outros por meio de boas a ções. (Bhagavad Gîtâ)

Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente, julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância. (Jacques Anatole France)

O importante é sacrificar aquilo que somos para ser aquilo que podemos vir a ser. (Charles Dubois)

Onde Deus lhe plantou, é aí que deve dar flores. (provérbio canadense)

Seja o que for que você faça ou sonho que possa realizar, dê partida a ele. A audácia tem genialidade, força e magia em sua essência. (Johann Goethe)

Olhe para o céu e para a terra, e pense que tudo passa. Todas as montanhas e rios que possa ver, todas as formas de vida, e todas as criações da natureza, tudo há de passar. E compreenderá a verdade; e verá o que fica, o que não passa. (Provérbio Budista)

Ninguém pode chegar ao topo armado apenas de talento. Deus dá o talento; o trabalho transforma o talento em gênio. (Anna Pavlova)

O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que não tem, mas rejubila com as que tem. (Epicteto)

Competência, planejamento, determinação, espírito de equipe e amor são as qualidades essenciais para ser dono do futuro. Mas também é preciso ter fé, acreditar. (Roberto Schinyashiki)

A vida é maravilhosa se não se tem medo dela. (Charles Chaplin)

A vida é movimento, um caminhar pelo viver até a realização daquelas idéias que nos iluminam, tanto em nossos intelectos quanto em nossos corações, com luz divina. (Giuseppe Mazzini)

Toda ação sem justiça e harmonia, é luta e guerra. Toda procura de harmonia e justiça sem energia e ação, é desequilíbrio e aniquilação. (A).D.

Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância. (Jacques Anatole France)

É triste falhar na vida, porém mais triste ainda é não tentar vencer. (Roosevelt)

Quando, pela Alquimia Espiritual, nos tornarmos como Cristo, o Senhor da Vida, seremos imortais, libertar-nos-emos do nosso pai Adão e da nossa mãe Eva e a morte não mais terá poder sobre nós. (Antonio de Macedo)

Nada que é feito com amor é pequeno ou sem valor. (J. Hamilton M. César)

Não te preocupes com o que tens, muito menos com o que és, faze nascer, em cada dia que te é ofertado, a beleza de tua existência. (José do Carmo)

O demônio pode citar as Escrituras para justificar seus fins. (Shakespeare).

Parece-me que o premio mais alto possível para qualquer trabalho humano não é o que se recebe por ele, mas o que se torna através dele. (Brock Bell)

A oração é um ato todo-poderoso que coloca as forças do céu á disposição do homem. (Henri Lacordaire)

Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia. (Paulo Coelho)

Aquele que não pode perdoar, destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar. (George Herbert)

Até a jornada de mil milhas começa com um pequeno passo. (Provérbio japonês)

Buscai a razão e a fé, pois, será somente desta forma que compreendereis a importância de saber chorar sorrindo e a de sorrir chorando. (A.D.)

Não procures a verdade fora de ti, ela está em ti, em teu ser. Não procures o conhecimento fora de ti, ele te aguarda em tua fé interior. Não procures a paz fora de ti, ela está instalada em teu coração. Não procures a felicidade fora de ti, ela habita em ti desde a eternidade. (Mestre Khane)

Entre as pequenas coisas que não fazemos e as grandes que não podemos fazer, o perigo está em não tentarmos nenhuma! (Confúcio)

O verdadeiro sábio, conhecendo a natureza do Universo, emprega a Lei contra contra as leis, o superios contra o inferior; e pela Arte da Alquimia transmuta aquilo que é desagradável, naquilo que é agradável, e deste modo triunfa... O Domínio não consiste em sonhos anormais; em visões, em vida e imaginações fantásticas, mas sim no emprego das forças superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos planos inferiores, pela vibração nos superiores. (O Caibalion)

O futuro do homem não está nas estrelas, mas sim na sua vontade. (William Shakespeare)

O domínio do mistério é um campo aberto às conquistas da inteligência. Pode-se andar nele com audácia, nunca se reduzirá sua extensão, mudar-se-á somente de horizontes. Todo saber é o sonho do impossível, mas ai de quem não ousa aprender tudo e não sabe que, para saber alguma coisa, é preciso resignar-se-a estudar sempre! (Eliphas Levi)

Chegamos exatamente onde precisamos chegar, porque a Mão de Deus sempre guia aquele que segue seu caminho com fé. (Paulo Coelho)

Só tem poder sobre os outros quem o tem sobre si mesmo. (Tissier)

Meço o valor de um homem pela medida em que ele se liberta de seu próprio eu. (Albert Einstein)

Quando oramos, ligamo-nos a uma força propulsora inexaurível. (Alexis Carrel)

Ainda que seus passos pareçam inúteis; vá abrindo caminhos como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão... (Antoine de Saint-Exupéry)

Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se! Você quer ser feliz para sempre? Perdoe! (Tertuliano)

Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver (Dalai Lama)

O mundo é um belo livro, mas pouco útil para quem não sabe ler. (Carlos Goldoni)

Quem quiser vencer na vida deve fazer como os sábios: mesmo com a alma partida, ter um sorriso nos lábios. (Dinamor)

Procure salvar quem está sendo arrastado para a morte. Você pode dizer que o problema não é seu, mas Deus conhece seu coração e pagará de acordo com o que cada um fizer. (Rei Salomão)

Como já te disse, ó nobre príncipe, há dois caminhos que vão à Perfeição. O primeiro é o caminho do Conhecimento, e o segundo o da Ação. Uns preferem o primeiro, e outros, o segundo desses dois caminhos; sabe, porém, que considerados do alto, ambos são um só caminho. (Bhagavad Gîtâ)

Se tiveres a coragem de olhar o mal cara a cara, de o veres como realmente é e de lhe dares o seu verdadeiro nome, ele não terá poder sobre ti e poderás destrui-lo. (Lloyd Alexande)

Autoconfiança é o primeiro segredo para se atingir o sucesso. (Ralph Waldo Emerson)

Seja você quem for ou o que faça, quando quer com vontade alguma coisa, é porque esse desejo nasceu na alma do Universo. (Paulo Coelho)

Seja corajoso - e forças poderosas virão em seu auxílio. (King)

O mal não existe na natureza material por si mesmo, mas o mal existe para todos aqueles que compreendem o bem, e que têm a liberdade de escolher entre o bem e o mal. (Marcus Aurelius)

Ponha energia, vitalidade e força em cada movimento de seu corpo. Faça com que sua atmosfera seja a de alguém que está... determinado a lutar por algo a ser alguém... Ouse sair da multidão e traçar seu próprio caminho. (Orison Swett Marden)

A sinceridade é o princípio e o fim de todas as coisas. (Confúcio)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ASSIM DIZIA PARACELSO


I
Se, por um espaço de alguns meses, observares rigorosamente as prescrições, que se seguem, ver-se-á operar, em tua vida uma MUTAÇÃO TÃO FAVORÁVEL, que nunca mais poderás esquecê-las. Mas, meu irmão, para que obtenhas o êxito desejado, é mister que adaptes tua vida à estrita observância destas regras.
São simples e fáceis de seguir, mas é preciso observá-las com a máxima perseverança. Julgarás que a felicidade não vale um pouco de esforço? Se não és capaz de pores em prática estas regras, tão fáceis, terás o direito de te queixares do destino? Será tão difícil a tentativa de uma prova? São regras legadas pela antiga Sabedoria e há nelas mais transcendência do que simplicidade, como parece à primeira vista.

II
Antes de tudo, lembra-te de que não há nada melhor do que a saúde. Para isso deverás respirar, com a maior freqüência possível profunda e ritmicamente, enchendo os pulmões, ao ar livre ou defronte de uma janela aberta. Beber quotidianamente, a pequenos goles, dois litros de água, pelo menos; comer muitas frutas; mastigar bem os alimentos; evitar o álcool, o fumo e os medicamentos, salvo em caso de moléstia grave. Banhar-se diariamente, é um hábito que deverás à tua própria dignidade.

III
Banir absolutamente de teu ânimo, por mais razões que tenhas, toda a idéia de pessimismo, vingança, ódio, tédio, ou tristeza. Fugir como da peste, ao trato com pessoas maldizentes, invejosas, indolentes, intrigantes, vaidosas ou vulgares e inferiores pela natural baixeza de entendimentos ou pelos assuntos sensualistas, que são a base de suas conversas ou reflexos dos seus hábitos. A observância desta regra é de importância DECISIVA; trata-se de transformar a contextura espiritual de tua alma. É o único meio de mudar o teu destino, uma vez que este depende dos teus atos e dos teus pensamentos: A fatalidade não existe.

IV
Faze todo bem ao teu alcance. Auxilia a todo o infeliz sempre que possas, mas sempre de ânimo forte. Sê enérgico e foge de todo o sentimentalismo.

V
Esquece todas as ofensas que te façam, ainda mais, esforça-te por pensar o melhor possível do teu maior inimigo. Tua alma é um templo que não deve ser profanado pelo ódio.

VI

Recolhe-te todos os dias, a um lugar onde ninguém te vá perturbar e possas, ao menos durante meia hora, comodamente sentado, de olhos cerrados, NÃO PENSAR EM COISA ALGUMA. Isso fortifica o cérebro e o espírito e por-te-á em contanto com as boas influências. Neste estado de recolhimento e silêncio ocorrem-nos sempre idéias luminosas que podem modificar toda a nossa existência. Com o tempo, todos os problemas que parecem insolúveis serão resolvidos, vitoriosamente por uma voz interior que te guiará nesses instantes de silêncio, a sós com a tua consciência. É o DEMÔNIO de que
SÓCRATES falava. Todos os grandes espíritos deixaram-se conduzir pelos conselhos dessa voz íntima. Mas, não te falará assim de súbito; tens que te preparar por algum tempo, destruir as capas superpostas dos velhos hábitos; pensamentos e erros, que envolvem o teu espírito, que embora divino e perfeito, não encontra os elementos que precisa para manifestar-se.

VII

A CARNE É FRACA Deves guardar, em absoluto silêncio, todos os teus casos pessoais. Abster-se como se fizesses um juramento solene, de contar a qualquer pessoa, por mais íntima, tudo quanto penses, ouças, saibas, aprendas ou descubras.
É UMA REGRA DE SUMA IMPORTÂNCIA.

VIII

Não temas a ninguém nem te inspire a menor preocupação a dia de amanhã. Mantém tua alma sempre forte e sempre pura e tudo correrá e sairá bem. Nunca te julgues sozinho ou desamparado; atrás de ti existem exércitos poderosos que tua mente não pode conceber. Se elevas o teu espírito, não há mal que te atinja. Só a um inimigo deves temer: A TI MESMO. O medo e a dúvida no futuro são a origem funesta de todos os insucessos; atraem influências maléficas e, estas, o inevitável desastre. Se observares essas criaturas, que se dizem felizes verás que agem instintivamente de acordo com estas regras. Muitas das que alegam que possuem grandes fortunas podem não ser pessoas de bem, mas possuem muitas das virtudes acima mencionadas. Demais, riqueza não quer dizer felicidade; pode se constituir em um dos melhores fatores, porque nos permite a prática de boas ações, mas, a verdadeira felicidade só se alcança palmilhando outros caminhos, veredas por onde nunca transita o velho Satã da lenda, cujo nome verdadeiro é EGOÍSMO.

IX

Não te queixes de nada e de ninguém. Domina os teus sentidos, foge da modéstia como da vaidade; ambas são funestas e prejudiciais ao êxito. A modéstia tolherá tuas forças e a vaidade é tão nociva como se cometêsses um pecado mortal contra o ESPÍRITO SANTO. Muitas individualidades de real valor tombaram das altas culminâncias atingidas, em conseqüência da Vaidade; a ela deveram certamente a sua queda Júlio Cesar, aquele homem extraordinário que se chamou Napoleão e muitos outros.Oxalá, sigas sempre estas poucas regras para a tua FELICIDADE, para o teu BEM e a nossa ALEGRIA.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ANALOGIA SOBRE O CÂNCER


Para entendermos o câncer é muito importante que raciocinemos em termos analógicos. Precisamos nos tornar plenamente conscientes do fato de que toda entidade perfeita que percebemos ou definimos (ou seja, um todo entre outras totalidades) é por um lado parte de um todo maior e, ao mesmo tempo, compõe-se de todos menores. Assim sendo, por exemplo, um bosque (como um todo definido) não só faz parte de um todo maior (a zona rural), mas é também constituido de muitas árvores (todos menores). O mesmo vale para cada árvore isolada. Ela não só faz parte da floresta, como também é composta por tronco, raízes e copa. A relação entre o tronco e a árvore é a mesma entre a árvore e o bosque, ou entre o bosque e a zona rural em que está.
Cada um de nós é parte da raça humana, e ao mesmo tempo consistimos em órgãos que não só fazem parte de um ser humano, como simultaneamente são feitos de uma multiplicidade de células, as quais por sua vez são partes do próprio órgão. A raça humana espera que cada um de nós se comporte da melhor forma possivel como indivíduo a fim de servirmos ao desenvolvimento e à sobrevivência da humanidade como um todo. Cada um de nós, por sua vez, espera que seus órgãos funcionem com perfeição no interesse de sua sobrevivência como ser humano. E o órgão espera que suas próprias células cumpram seu dever no que se refere à sua sobrevivência.
Dentro dessa ordem hierárquica, que pode ser estendida ao infinito em ambas direções, cada ser é um todo numa situação de conflito constante entre seu tipo específico de vida por um lado, e sua subordinação aos interesses da entidade hierarquicamente superior, por outro. Cada organismo complexo (humanidade, Estado, órgão) tem seu funcionamento organizado de tal modo que suas partes cheguem tanto quanto possivel à idéia comum e trabalhem em seu benefício. Todo sistema pode normalmente enfrentar o fracasso de algumas de suas partes constituintes, sem por em risco o todo. No entanto, existe um limite além do qual a existência em si passa a correr perigo.
Sendo assim, um Estado pode sair-se bem mesmo que alguns cidadãos se recusem a trabalhar ou se comportar de modo anti-social, revoltando-se contra ele. Se, no entanto, este grupo de elementos subversivos aumentar muito, pode acabar com um tamanho que passa a ameaçar a existência contínua do todo. Como é natural, o Estado devotará bastante tempo à tentativa de se defender desse desenvolvimento, combatendo em nome da própria existência. Se essa tentativa falhar, seu colapso é inevitavel. A abordagem mais promissora seria fazer os dissidentes voltarem a tempo para o grupo, oferecendo-lhes oportunidades irrecusáveis de cooperar com um trabalho que visasse um objetivo comum. A longo prazo, contudo, o método habitualmente usado pelo Estado é eliminar de forma radical seus desafetos. Tal estratégia levará ao caos. Do ponto de vista do Estado, as forças da oposição são inimigos perigosos cujo único objetivo é destruir a "velha e boa organização" a fim de disseminar a desordem.
Embora perfeitamente justo, esse modo de analisar os fatos peca pela sua unilateralidade. Se perguntássemos a opinião dos anarquistas ouviríamos argumentos muito diferentes e bastante justificáveis do seu ponto de vista. O certo é que não se identificam com os objetivos e as pretensões do Estado, porém apresentam pontos de vista e interesses opostos que gostariam de ver concretizados. O Estado exige obediência; tais grupos querem liberdade para realizar seus próprios ideais. Podemos entender ambos os lados, no entanto não é facil concretizar os interesses das duas facções sem que ao mesmo tempo haja uma espécie de sacrifício.
A intenção destas explicações não é de forma alguma desenvolver qualquer teoria política ou social, mas antes de apresentar o câncer num outro nivel, tentando ampliar o ângulo de visão geralmente restrito com que é analisado. O câncer não é um acontecimento isolado que só aparece nas formas cancerosas; ele é igualmente encontrado com frequência em processos bastante diferenciados e inteligentes que também dão trabalho aos homens em outros âmbitos da vida. No caso de quase toda as outras doenças vemos uma tentativa do corpo para lidar com a dificuldade funcional através da adoção de medidas adequadas. Se tem sucesso, falamos em cura (que pode ser mais ou menos perfeita). Se o corpo não tem êxito e seus esforços para debelar a doença são frustrados, falamos em morte.
Mas, no caso do câncer, vemos algo essencialmente diferente: o corpo assiste como um número crescente de suas células mudam de comportamento e, através de uma participação ativa, iniciam um processo que por si mesmo não leva a nenhum resultado, mas que de fato descobre seus limites no esgotamento do hospedeiro (solo nutritivo). A célula cancerosa não é, como por exemplo as bactérias, os virus ou as toxinas, algo que vem de fora, pondo em risco o organismo; ela é uma célula que até então estava a serviço do órgão e assim atendia ao organismo como um todo proporcionando-lhe a melhor chance de sobrevivência possivel. Mas, subitamente, sua orientação se modifica e ela abandona a identificação comum. Ela começa a desenvolver e concretizar objetivos próprios sem a menor consideração pelas demais células. Ela encerra a sua atividade habitual, ou seja, sua função específica dentro do órgão, e coloca seu próprio desenvolvimento em primeiro plano. Ela não se comporta mais como um membro do ser vivente multicelular, porém regride a um nivel primitivo de existência, como célula isolada na evolução histórica. Rompe sua união com a comunidade celular e, a partir daí, espalha-se com rapidez e indiferença através de uma divisão caótica, desrespeitando os limites morfólogicos (infiltração), e construindo por toda parte seus pontos de apoio (metástases). O que sobra da comunidade celular da qual se excluiu é usado como um anfitrião que lhe dá de comer. As células cancerosas se multiplicam e crescem tão depressa que os vasos sanguíneos não são mais capazes de manter um suprimento adequado de sangue. É assim que as células cancerosas regridem da respiração oxigenada para um processo mais primitivo, de fermentação. Respirar depende da comunidade (numa base de troca); a fermentação é algo que qualquer célula consegue fazer por conta própria.
Este processo muito bem sucedido de autodisseminação das células cancerosas acaba se detendo depois de terem literalmente devorado a pessoa que usaram como fonte de alimentação. Finalmente, as células cancerosas passam por um sério problema, ou seja, tem dificuldade com o suprimento nutritivo. Mas até esse momento seu comportamento é coroado de êxito.
Neste ponto surge a questão: como será que células até então bem-comportadas podem fazer isso? Na verdade, seus motivos podem ser acompanhados com bastante facilidade. Como membro obediente de um ser multicelular humano, a célula tem apenas de executar a função específica que lhe é destinada, e que serve para assegurar a sobrevivência do organismo maior. Num dado instante, porém, certa célula é forçada a começar a cumprir a pouco atraente função de uma outra. Durante bastante tempo ela de fato faz isso. No entanto, num determinado ponto, o organismo maior deixou de se interessar pelo contexto do desenvolvimento daquela célula em si mesma. Um organismo unicelar é livre e independente; pode fazer o que quiser, pode tornar-se imortal propagando-se ao infinito. Como parte integrante de um organismo multicelular, a célula tanto é mortal como restrita. Acaso pode causar espanto se ela recordou sua antiga liberdade e resolveu mudar de vida, passando a ser uma célula isolada a fim de concretizar sua imortalidade através de esforços individuais? Ela subordina a antiga comunidade de células aos seus próprios interesses e com seu comportamento irresponsavel, começa a conquistar a própria liberdade.
A abordagem por certo bem sucedida de usar outras células como fonte de alimentação é um método cujo erro só se torna visivel com o tempo, pois assim está determinado também o próprio fim. O comportamento da célula cancerosa só obtém êxito enquanto o hospedeiro viver - a morte da pessoa doente significa o fim do desenvolvimento canceroso.
Existe aqui um pequeno erro de consequências graves para o conceito de concretização da liberdade e da imortalidade. Declaramo-nos desligados da antiga comunidade e percebemos, tarde demais, que ela nos é necessária. O ser humano não sente nenhum prazer em sacrificar a vida pela célula cancerosa e, no entanto, esta também não se sente nada contente em sacrificar a vida pelo ser humano. A célula cancerosa tem argumentos tão válidos como a pessoa, só que seu ponto de vista é outro. Ambos querem viver e concretizar seus desejos de liberdade e seus interesses. Para tanto, ambos estão dispostos a sacrificar um ao outro. No nosso exemplo "estatal" não foi diferente. O Estado, tanto quanto seus opositores, também quer viver e concretizar seus ideais. É por isso que o Estado tenta em primeiro lugar sacrificar os anarquistas. Se assim não obtém êxito, este sacrificam o Estado. Nenhum dos partidos leva o outro em consideração. O homem passa por cirurgias e faz aplicações de cobalto e quimioterapia contra as células cancerosas até onde puder - mas, se elas vencerem, sacrificam o paciente. Trata-se do antigo conflito da natureza; comer ou ser comido. É claro que o paciente vê a indiferença e a desconsideração das células cancerosas e também sua falta de visão; contudo, será que ele também vê que se comporta exatamente do mesmo modo, que tenta assegurar sua sobrevivência usando dos mesmos meios?
Eis aí a chave do câncer. Não é por acaso que tantos sofrem de câncer em nossa época, e que o fato de combatê-lo por todos os meios obtém tão pouco êxito. O câncer é uma expressão da época moderna e da nossa visão coletiva de mundo. Sentimos em nós como câncer somente aquilo que de fato vivemos. Nossa era é caracterizada pela expansão e pela concretização desconsiderada dos próprios interesses. Na vida política, científica, "religiosa" e privada, as pessoas tentam expandir seus objetivos e interesses sem consideração pelos limites; eles tentam criar por toda parte bases de apoio para seus próprios interesses (metástases), prestigiando unicamente seus ideais e objetivos, e escravizando assim todos os demais em seu próprio benefício (princípio do parasitismo).
Nosso todo racional é igual ao da célula cancerosa. Nossa expansão é tão rápida e bem sucedida que também nós mal podemos enfrentar os problemas de abastecimento. Nossos sistemas de comunicação, embora espalhados pelo mundo inteiro, ainda nos impedem a comunicação com nossos parceiros e vizinhos. Temos facilidades, mas não sabemos o que fazer com elas. Produzimos e destruimos substâncias alimentícias apenas para manipular seus preços. Podemos viajar pelo mundo inteiro, e mesmo assim não nos conhecemos. Nossa filosofia atual só admite um objetivo: crescer e progredir. Trabalhamos, fazemos experiências e pesquisas (contudo para quê?) Em nome do progresso! E qual será o objetivo desse progresso? Ainda mais progresso? A humanidade está envolvida numa viagem sem rumo. É por isso que tem de estabelecer continuamente novos alvos para não se desesperar. A célula cancerosa não pode simplesmente segurar uma vela para iluminar a cegueira e a miopia da humanidade contemporânea. Em virtude de visarmos apenas a expansão econômica, nós usamos o meio ambiente como fonte alimentar e anfitrião e, atualmente, constatamos surpresos que a morte desse hospedeiro implica a nossa própria morte. As pessoas contemplam o mundo como um grande celeiro: as plantas, os animais, as matérias-primas. Tudo existe unicamente para que as pessoas possam se espalhar de forma indiscriminada e ilimitada sobre a terra.
De onde as pessoas que se comportam dessa maneira tiram a coragem e a ousadia para se queixarem do câncer? Afinal, ele não passa de um espelho que mostra o nosso comportamento, nossos argumentos e, também, o fim do nosso caminho.
Não é preciso vencer o câncer: ele tem de ser compreendido, para que nós também possamos compreender a nós mesmos. Mas as pessoas sempre quebram seus espelhos quando a imagem não os agrada! As pessoas tem câncer porque elas são um cancro para a natureza.
O câncer representa uma grande oportunidade para descobrirmos nossos próprios erros de pensamentos e enganos. Façamos então uma tentativa para localizar os pontos fracos do conceito que usamos para definir o câncer como uma imagem do mundo. Em última análise, o câncer se vê diante da pedra miliária representada pela polaridade "eu ou a sociedade". Este "ou...ou" é tudo o que ele consegue ver e, assim sendo, resolve buscar a sobrevivência por conta própria, à revelia do seu meio ambiente, e acaba por descobrir tarde demais que de fato depende dele. Na verdade, ele carece de toda percepção da unidade maior, todo-abrangente. Ele considera a unidade somente em termos do seu próprio autodelineamento. Essa incompreensão, ou compreensão equivocada da unidade, é compartilhada por seres humanos e tecido canceroso. Também nós nos dividimos mentalmente, também damos origem à divisão entre o "eu" e o "tu", sem compreender a futilidade de pensar em termos de "unidades". A unidade e a unicidade são a essência de tudo o que existe: fora dessa existência não há nada. Dividir a unidade em pedacinhos faz com que obtenhamos a diversidade; esta porém é o que, em última análise, se junta para formar uma unidade.
Quanto mais o ego se subdividir tanto mais perderá o senso da totalidade do qual ainda faz parte. É então que sucumbe à ilusão de que pode agir "sozinho". Todavia, a palavra sozinho significa um-só e inclui um-só-com-tudo, e não o contrário, ou seja, a separação autêntica do resto do universo. Mais precisamente, o nosso eu apenas pode imaginá-la. Na medida em que o eu se fecha, o homem perde a sua ligação ancestral com a origem do seu ser. O ego tenta satisfazer suas necessidades e dita o rumo. Tudo isso é conveniente e certo para o eu, no que se refere a uma progressiva separação, a uma crescente diferenciação, visto que através da acentuação de cada limite ele se sente melhor. O ego só tem medo de tornar-se uno, pois isto significa a sua morte. O ego defende sua existência com muito alarido, inteligência e bons argumentos, e apresenta as mais sagradas teorias e as mais nobres intenções a seu favor: o principal é que sobreviva.
Enquanto o nosso eu se esforçar para alcançar a vida eterna, ele fracassará tal como a célula cancerosa. A célula cancerosa se diferencia da célula corporal através da supervalorização do seu ego. Na célula, o núcleo da célula corresponde ao seu cérebro. Na célula cancerosa, o núcleo aumenta constantemente de importância e isso amplia seu tamanho (o câncer também é diagnosticado através da modificação morfólogica do centrossoma). A modificação desse núcleo celular corresponde à ênfase dada ao raciocínio mental egocêntrico do qual nossa época está impregnada. A célula cancerosa busca a vida eterna na multiplicação material e na expansão. Tanto a célula como o ser humano não compreendem que buscam algo na matéria, num local onde não existe, mais precisamente, a vida. O homem confunde o conteudo e a forma e tenta, através da multiplicação da forma, obter o ansiado conteudo. Mas Jesus já dizia: "Quem quiser obter a vida eterna, tem de perdê-la".
Todas as escolas iniciáticas ensinam desde épocas remotas o caminho oposto: sacrificar o aspecto formal a fim de obter o conteudo ou, em outras palavras, o eu tem de morrer para que possamos nascer outra vez no Si-mesmo. Convém notar: este Si-mesmo não é o meu si-mesmo, mas é o Ser. Ele é o ponto central que está em toda parte. O Si-mesmo não tem uma existência especial, visto que abrange tudo o que existe. É aqui que se elimina a questão: "Eu ou os outros?" O Si-mesmo não conhece outros, visto que ele é o Todo-Um. Um objetivo como esse parece perigoso ao ego e muito pouco atraente. Por isso não devemos nos surpreender quando o ego empreende todos os esforços para trocar esse objetivo de unificação por um ego forte, grande, sábio e iluminado. No caminho esotérico, bem como no religioso, a maioria dos visitantes fracassa quando tenta obter a solução dos conflitos ou a iluminação por meio do eu. Muitos poucos entendem o fato de que o eu com o qual se identificam nunca poderá ser salvo ou iluminado.
A grande obra sempre pressupõe o sacrifício do eu, sempre pressupõe a morte do ego. Não podemos salvar o nosso eu, só podemos nos desapegar dele: neste caso, estamos salvos. O medo que mais surge nesse ponto, o de não existir mais, só comprova o quanto nos identificamos com o nosso eu e como sabemos pouco sobre ele. Justamente aí está a oportunidade para solucionar o problema do câncer. Só quando aprendermos a questionar de forma lenta e progressiva a rigidez do nosso eu e os nossos limites, e só quando nos abrirmos é que começaremos a nos sentir como parte do todo e, portanto, começamos a assumir responsabilidade também pelo todo. Nesse caso, também compreenderemos que o bem-estar do todo significa o nosso bem-estar, pois como parte somos simultaneamente unos com o todo. Toda célula contém a mesma informação genética geral do organismo: ela apenas tem de compreender que na verdade ela é o todo! A filosofia hermética nos ensina que o microcosmo é igual ao macrocosmo.
O erro de raciocínio que cometemos está na diferença entre o eu e o tu. Assim surge a ilusão de que como um eu podemos sobreviver muito bem, na medida em que sacrificarmos o tu e o usarmos como solo nutritivo. Na realidade, o destino não permite a separação entre eu e tu, entre parte e todo. A morte provocada pela célula cancerosa do organismo significa também a sua própria morte, assim como, por exemplo, a morte do meio ambiente incluiria a nossa própria morte. Todavia, a célula cancerosa, tal como os homens, acredita num exterior independente dela. Essa crença é mortal. O antídoto para ela chama-se amor. O amor nos torna perfeitos, visto que abre as limitações e permite a entrada do outro para que haja uma união. Quem ama não coloca o próprio eu em primeiro plano, mas vive uma grande totalidade. Quem ama sente o que acontece à pessoa amada como se acontecesse consigo mesmo. Isso não é válido só no âmbito humano. Quem ama um animal não pode considerá-lo do ponto de vista social como um produto nutritivo. Ao mencionar o amor não estamos nos referindo a um pseudo-amor sentimental, mas àquele estado de consciência que de fato capta algo da unidade de tudo o que existe, e não aquele comportamento, bastante frequente, no qual tentamos compensar os sentimentos inconscientes de culpa devidos à agressividade reprimida por meio de "boas-ações" ou de uma devoção exagerada aos animais. O câncer não mostra o amor vivido; o câncer é um amor pervertido!
O amor vence todas as barreiras e limitações.
No amor se unem e se fundem todos os opostos.
Amar é tornar-se uno com o todo; o amor se expande para tudo e não se detém diante de nada.
O amor não teme a morte, pois amar é viver.
Quem não viver este amor na consciência corre o risco de ver seu amor vincular-se à materialidade, tentando nesse âmbito fazer valer as leis que também regem o câncer.
A célula cancerosa vence todas as fronteiras e limites. O câncer elimina a individualidade dos órgãos.
O câncer se estende por tudo e não se detém diante de nada (metástases).
A célula cancerosa não teme a morte.
O câncer é o amor num nivel equivocado. A perfeição e a unidade só podem ser concretizada na consciência, não na matéria, visto que a matéria é a sombra da consciência. No mundo transitório das formas o homem não consegue concretizar aquilo que pertence a um âmbito eterno. Apesar de todo esforço dos reformadores do mundo, nunca haverá um mundo perfeito, sem conflitos e sem problemas sem lutas. Nunca haverá pessoas sadias sem doenças e morte, nunca haverá o amor todo-abrangente, já que o mundo das formas vive das limitações. No entanto, todos os objetivos podem ser concretizados - por cada um e a qualquer tempo - quando a pessoa conseguir enxergar através das formas e tornar-se livre em sua consciência. No mundo polarizado, o amor leva ao apego; na unidade, ele leva ao transbordamento. O câncer é o sintoma do amor mal-compreendido. O câncer só sente respeito pelo amor verdadeiro. E o símbolo do amor perfeito é o coração. O coração é o único órgão que não pode ser atacado pelo câncer.

Extraido do livro «A DOENÇA COMO CAMINHO»
Autores: Thorwald Dethlefsen & Rüdiger Dahlke

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O CORAÇÃO COMO MÉTODO





(OSHO, For Madmen Only, # 10 )

O homem pode funcionar a partir de três centros: um é a cabeça, outro é o coração e o terceiro é o umbigo. Quando você funciona a partir da cabeça, você produz pensamentos e pensamentos e pensamentos. Eles são muito insubstanciais, da matéria dos sonhos - eles prometem muito e não entregam nada.

A mente é uma grande trapaceira, mas tem uma tremenda capacidade de iludir, porque ela pode projetar. Ela pode lhe dar grandes utopias, grandes desejos, e vai sempre dizendo: "Amanhã vai acontecer" - e nunca acontece.

Nada acontece na cabeça - a cabeça não é o lugar para as coisas acontecerem.

O segundo centro é o coração. É o centro do sentir - sentimos através do coração. Você está mais perto de casa - não ainda em casa, mas mais próximo. Quando você sente, você é mais substancial, você tem mais solidez; quando você sente, há a possibilidade de algo acontecer. Não há nenhuma possibilidade com a cabeça, há uma pequena possibilidade com o coração.

A coisa real não é o coração ainda. A coisa real é mais profunda que o coração - é o umbigo. É o centro do ser.

Pensar, sentir e ser - esses são os três centros. Mas certamente o sentir está mais próximo do ser do que o pensar, e o sentir funciona como um método.

Se você quiser descer da cabeça, precisará passar pelo coração - esse é o ponto de cruzamento onde as estradas se separam. Você não pode ir diretamente ao ser, não é possível; você precisará passar pelo coração. Assim, o coração deve ser usado como um método.

Sinta mais e você pensará menos. Não lute contra os pensamentos, porque lutar contra os pensamentos significa novamente criar outros pensamentos de luta. Então, a mente nunca é derrotada. Se você ganhar, foi a mente que venceu; se você for derrotado, você é o derrotado. Nunca lute contra os pensamentos; isso é inútil. Em vez de lutar contra os pensamentos, mova a sua energia para o sentir. Cante em vez de pensar, ame em vez de filosofar, leia poesia em vez da prosa. Dance, olhe a natureza, e tudo o que você fizer, faça-o através do coração.

Por exemplo, quando você tocar alguém, toque com o coração, toque sentindo, deixe seu ser vibrar. Quando olhar para alguém, não olhe simplesmente com olhos mortos como pedra. Deixe sua energia verter através dos olhos e, imediatamente, você sentirá que algo está acontecendo no coração. É apenas uma questão de experimentar.


O coração é o centro negligenciado. Quando você começa a prestar atenção nele, ele começa a funcionar. Quando ele começa a funcionar, a energia que estava automaticamente indo para a mente, começa a se mover através do coração. E o coração está mais próximo do centro de energia. O centro de energia está no umbigo - assim, bombear energia para a cabeça é, na verdade, um trabalho árduo.

É para isso que existem todos os sistemas educacionais: para ensiná-lo a bombear energia do centro, diretamente para a cabeça. Para ensiná-lo a se desviar do coração. Dessa maneira, nenhuma escola, nenhum colégio, nenhuma universidade ensina a sentir. Eles aniquilam o sentir, porque sabem que, se você sentir, não poderá pensar.

Se você sentir muito, então a energia ficará parada no centro do coração, não irá para a cabeça. Ela só pode ir para a cabeça quando o centro do coração é completamente negado. Ela tem de ir para algum lugar, tem de encontrar uma saída. Se o coração não for a saída, ela irá para a cabeça.

De fato, todo o sistema educacional desenvolvido em todo o mundo é para ensiná-lo a evitar o coração, a como tornar-se mais e mais mental e a como bombear a energia diretamente para a cabeça.

Assim, o amor é negado, o sentimento é negado, condenado - é quase um pecado sentir. A pessoa tem de ser lógica e racional, não emocional. Se você for emocional, as pessoas dirão que você é infantil - de certa forma, eles estão literalmente certos, porque só uma criança sente. Uma pessoa adulta instruída, culta, condicionada, pára de sentir. Ela se torna quase seca, madeira morta - não flui mais nenhum sumo dali. Daí haver tanto sofrimento: o sofrimento é por causa da cabeça.

A cabeça não pode celebrar, não há nenhuma celebração possível através da cabeça - ela pode pensar sobre e sobre e sobre, mas ela não pode celebrar. A celebração acontece através do coração.

Assim, a primeira coisa é começar a sentir cada vez mais e mais. Torne-se uma morada de amor, um santuário de amor; este é o primeiro passo. Uma vez que você dê este primeiro passo, o segundo será muito, muito fácil.

Primeiro, você ama - a metade da jornada está completa. E assim como é fácil mover-se da cabeça para o coração, é ainda mais fácil mover-se do coração para o umbigo. No umbigo você é simplesmente um ser, puro ser.

CONFÚCIO E LAO-TSÉ

Confúcio foi até Lao-Tsé. A mente de Lao-Tsé é a de um sabío tantrícamente acordado.

Ele nunca soube a respeito da palavra "tantra": a palavra não tinha sentido para ele. Ele nada soube a respeito do tantra, mas tudo o que dizia era tântrico.


Confúcio representa nossa mente. Ele é o arqui-representante. Pensa continuamente em termos de bem e mal, do que deve ou não deve ser feito. Ele é um homem da lei - o maior homem da lei que já existiu.


Ele foi a Lao-Tsé e perguntou:


"O que é o bem? O que devemos fazer? O que é o mal? Defina-os claramente".


Lao-Tsé disse que as definições criam confusão, porque definir significa dividir:


"Isto é isto e aquilo é aquilo". Você divide e diz que A é A e B é B; você dividiu.
Você diz que A não pode ser B; assim criou uma divisão, uma dicotomia, e a Existência é uma só.
O A está sempre se tornando B, está sempre se dirigindo para B
A vida está sempre se tornando morte, assim, como você pode definir?
A infância está se tornando juventude e a juventude, velhice;
a saúde se torna doença e a doença se torna saúde.
Assim, como você pode demarcá-las como separadas?
A vida é um movimento, e, no momento em que você define, cria confusão, porque as divisões são mortas e a vida é um movimento vivo. Portanto, as definições são sempre falsas.


Lao-Tsé diz que definir cria a não-verdade, por isso não defina. Não diga o que é bom e o que é mau.


Confúcio disse:


"O que está dizendo? Então como as pessoas poderão ser conduzidas e guiadas?
Como poderão ser ensinadas? Como poderão aprender a se tornarem morais e boas?"


Lao-Tsé respondeu:


"Quando alguém tenta tornar outra pessoa boa, aos meus olhos está pecando.
Quem é você para conduzir?
Quem é você para guiar?
E quanto mais guias houver, maior a confusão.
Deixe cada um a si mesmo. Quem é você?"


Esse tipo de atitude parece perigoso.
E é! A sociedade não pode ser estabelecida em tais atitudes.


Confúcio continua perguntando e a questão é o que Lao-Tsé diz:


"A Natureza é suficiente. Nenhuma moralidade é necessária.
A Natureza é espontânea. É suficiente.
Nenhuma lei imposta e nenhuma disciplina são necessárias.
A inocência é suficiente. Nenhuma moralidade é necessária.
A Natureza é espontânea, é suficiente.
Nenhuma lei ou disciplina são necessárias.
A inocência é suficiente. O conhecimento não é necessário".


Confúcio voltou muito perturbado. Não pôde dormir por muitas noites. E seus discípulos pediram:


"Conte-nos alguma coisa sobre o encontro. O que aconteceu?"


Confúcio respondeu:


"Ele não é um homem. É um perigo, um dragão. Ele não é um homem. Nunca andem pelo lado em que ele estiver. Sempre que ouvirem falar de Lao-Tsé, fujam do lugar. Ele perturbará completamente suas cabeças".


E isso está certo, porque o tantra está relacionado com o caminho para a transcendência da mente- Ele é feito para destruí-la.


A mente vive com definições, leis e disciplinas. A mente é uma "ordem".


Mas, lembre-se, o tantra não é uma desordem, e este é um ponto muito sutil que deve ser entendido.


Confúcio não pôde entender Lao-Tsé.


Quando Confúcio saiu, Lao-Tsé estava rindo e rindo e seus discípulos perguntaram:


"Por que ri tanto? Que aconteceu?"


Dizem que Lao-Tsé respondeu:


"A mente é uma barreira imensa ao entendimento. Até mesmo a mente de um Confúcio é uma barreira. Ele não pôde absolutamente me compreender, e o que quer que diga sobre mim será um mal-entendido. Ele pensa que vai criar ordem no mundo.
Você NÃO PODE criar ordem no mundo. A ordem é inerente a ele; está sempre presente. Quando você tenta criar ordem, cria desordem".


Lao-Tsé disse:


"Ele vai pensar que eu estou criando desordem e, na verdade, ele é quem a está criando. Sou contra todas as ordens impostas, porque acredito em uma disciplina espontânea que vem e cresce automaticamente. Você não precisa impô-la".

O tantra olha as coisas desta forma. Para o tantra, a inocência é espontaneidade, Sahajata - ser o que se é, sem qualquer imposição -, ser simplesmente o que se é, crescendo como uma árvore: não a árvore do seu jardim, mas a árvore da sua floresta, crescendo espontaneamente; sem direção, porque toda direção é um desvio (para o tantra, toda direção é um desvio); sem ser guiada, guardada, dirigida, motivada, mas simplesmente crescendo.
A lei interna é suficiente; nenhuma outra lei é necessária. E se você precisa de alguma outra lei, isso simplesmente mostra que você não conhece a lei interna. Você perdeu o contato com ela. Portanto, a coisa real não é algo imposto. A coisa real está novamente recuperando o equilíbrio, novamente se movendo para o centro, novamente voltando para casa, a fim de que você ganhe a verdadeira lei interior.
Mas, para a moralidade, para as religiões - as assim chamadas religiões, a ordem é para ser imposta, a bondade deve ser imposta de cima, de fora. As religiões, os ensinamentos moralistas, os pregadores, os papas, todos eles o consideram inerentemente mau, lembre-se disto. Eles não acreditam na bondade do homem; não acreditam em qualquer bondade interior Acreditam que você é mau - e que, a menos que você seja ensinado a ser bom, não pode ser bom; a menos que a bondade seja forçada de fora, não há possibilidade de ela vir de dentro.

Fonte: sabedoriadivina@yahoogrupos.com.br

A AUTO-INICIAÇÃO

ESCRITO NOS ANOS 70.



Hoje em dia, muitas pessoas falam em iniciação.
Todos querem ser iniciados.

Mas entendem por iniciação uma alo-iniciação, uma iniciação por outra pessoa, por um mestre, um guru. Esta alo-iniciação é uma utopia, uma ilusão, uma fraude espiritual.

Só existe auto-iniciação.
O homem só pode ser iniciado por si mesmo.

O que o mestre, o guru, pode fazer é mostrar o caminho por onde alguém se pode auto-iniciar; pode colocar setas ao longo do caminho, setas ao longo da encruzilhada, setas que indiquem a direção certa que o discípulo deve seguir para chegar ao conhecimento da verdade sobre Si mesmo. Isto pode e deve o mestre fazer - suposto que ele mesmo seja um auto-iniciado.

Jesus, o maior dos Mestres que a humanidade ocidental conhece, ao menos aqui, durante três anos consecutivos, mostrou a seus discípulos o caminho da iniciação, o que ele chama o "Reino dos Céus", mas não iniciou nenhum dos seus discípulos.

Eles mesmos se auto-iniciaram na gloriosa manhã do domingo de Pentecostes, às 9 horas da manhã - como diz Lucas nos Atos dos Apóstolos.

Mas esta grandiosa auto-iniciação aconteceu só depois de 9 dias de profundo silêncio e meditação; 120 pessoas se auto-iniciaram, sem nenhum mestre externo só dirigidas pelo mestre interno de cada um, pela consciência de seu próprio EU divino, da sua alma do seu Cristo Interno. E esta auto-iniciação do primeiro Pentecostes, em Jerusalém, pode e deve ser realizada por toda pessoa.

Mas acima de tudo, o que quer dizer Iniciação?

Iniciação é o início na experiência da verdade sobre si mesmo.

O homem profano vive na ilusão sobre si mesmo.
Não sabe o que ele é realmente.

O homem profano se identifica com o seu corpo, com a sua mente com as suas emoções. E nesta Ilusão vive o homem profano a vida inteira, 30, 50, 80 anos. Não se iniciou na verdade sobre si mesmo, não possui autoconhecimento, e por isso não pode entrar na auto- realização.

O que deve um homem profano fazer para se auto-iniciar?
Para sair do mundo da ilusão sobre SI mesmo e entrar no mundo da verdade?

Deve fazer o que fez o primeiro grupo de auto-iniciados, no ano 33, em Jerusalém, isto é, deve aprender a meditar, ou cosmo-meditar.

O iniciado dá tudo e não espera nada do mundo.

Ele já encerrou as contas com o mundo.

Pode dar tudo sem perder nada.

O auto-iniciado é um místico não um místico de isolamento solitário, mas um místico dinâmico e solidário, que vive no meio do mundo sem ser do mundo.

Onde há plenitude, aí há um transbordamento.

O homem plenificado pelo autoconhecimento e pela auto-realização transborda a sua plenitude, consciente ou inconscientemente, saiba ou não saiba, queira ou não queira. Esta lei cósmica funciona infalivelmente.

Faz bem pelo fato de ser bom, de viver em harmonia com a alma do Universo. Por isto, para fazer bem aos outros e à humanidade, não é necessário nem é suficiente fazer muitas coisas, mas é necessário e suficiente ser bom, ser realizado e plenificado do seu EU central, conscientizar e vivenciar de acordo com o seu EU central, com o seu Cristo Interno.

A plenitude da consciência mística da paternidade única de Deus transborda irresistivelmente na vivência ética da fraternidade universal dos homens.

Para ter laranjas - laranjas verdadeiras - não é necessário fabricá-Ias.
É necessário e suficiente ter uma laranjeira real e mantê-la forte e vigorosa.
Nem é necessário ensinar a laranjeira como fazer laranjas, ela mesma sabe, com infalível certeza, como fazer flores e frutos.

Assim, toda a preocupação de querer fazer bem aos outros sem ser bom é uma ilusão tão funesta como o esforço de querer fabricar uma laranja verdadeira sem ter uma laranjeira.

Mais importante que todos o fazer é o ser.

Onde não há plenitude interna não pode haver transbordamento externo.
Para fazer o bem aos outros deve o homem ser realmente bom em si mesmo.

Que quer dizer ser bom?

Ser bom não é ser bonachão, nem bonzinho, nem bombonzinho.
Para ser realmente bom deve o homem estar em perfeita harmonia com as leis eternas da verdade, da justiça, da honestidade, do amor, da fraternidade, e viver de acordo com esta sua
consciência.

Todo o fazer bem sem ser bom é ilusório, assim como qualquer transbordamento é impossível sem haver plenitude. O nosso fazer bem vale tanto quanto nosso ser bom. O ser bom é autoconhecimento e auto-realização.

Somente o conhecimento da verdade sobre si mesmo é libertador; toda e qualquer ilusão sobre si mesmo é escravizante.

Os mais ruidosos sucessos sem a realização interna são deslumbrantes vacuidades; são como bolhas de sabão - belas por fora, mas cheias de vacuidade por dentro.

1 % de ser bom realiza mais do que 100 % de fazer bem.

Auto-iniciação é essencialmente uma questão de ser e não de fazer.

Esta plenitude do ser não se realiza pela simples solidão, mas pelo revezamento de introversão e extroversão. O homem deve, periodicamente, fazer o seu ingresso dentro de si mesmo, na solidão da meditação e depois fazer o egresso para o mundo externo, a fim de testar a força e autenticidade do seu ingresso.

Todo auto-iniciado consiste nesse ingredir e nesse egredir, nessa implosão mística e nessa explosão ética.

Os discípulos de Jesus fizeram três anos de aprendizado e nove dias de meditação depois se auto-iniciaram. Descobriram a verdade libertadora sobre si mesmos. A verdade que os libertou da velha ilusão de se identificarem com o seu corpo, com a sua mente, com as suas emoções, saíram das trevas da ilusão escravizante, e ingressaram na luz da verdade libertadora:

"Eu sou espírito, eu sou alma, eu e o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai...
o Reino dos Céus está dentro de mim. "

E quem descobre a verdade sobre si mesmo, liberta-se de todas as inverdades e ilusões.
Liberta-se do egoísmo, da ganância, da luxúria, da vontade de explorar, de defraudar os outros. Liberta-se de toda injustiça, de toda desonestidade, de todos os ódios e malevolências - de todo o mundo caótico do velho ego.

O iniciado morre para o seu ego ilusório e nasce para o seu EU verdadeiro.
O iniciado dá o início, o primeiro passo, para dentro do "Reino dos Céus".
Começa a vida eterna em plena vida terrestre.

Não espera um céu para depois da morte, vive no céu da verdade, aqui e agora - e para sempre.

Isto é auto-iniciação.

Isto é autoconhecimento.

Isto é auto-realização.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

ORAÇÃO PERMANENTE



Muitas pessoas precisam de fatores externos para encontrarem Deus dentro de si. Outras vivem um vasto período de análise intelectual sem se permitirem um momento se quer, de intuição espiritual. Nós não podemos chegar à verdadeira experiência de Deus somente por meio da análise mental. Isto é apenas uma preliminar que deve ser ultrapassada para poder se alcançar uma certeza espiritual. A análise mental é como um grande labirinto sem saída.


Muitas pessoas ficam presas a métodos. Os grandes mestres não estavam preocupados com grandes métodos espirituais. O maior dos terapeutas dizia somente para que se orasse sempre. Sempre quer dizer orar 24 horas por dia, durante 365 dias por ano.


As pessoas confundem oração com reza, pensam que oração e meditação é um tipo de ato externo. Os mestres não falam de atos, falam de atitude. O que é atitude? Atitude é o modo de ser, não é agir, não é fazer alguma coisa, é ter a consciência do Ser, a consciência da Presença de Deus. Isso não significa pensar em Deus. Não adianta nada ficar pensando em Deus por que isso é apenas um ato. As pessoas não sabem distinguir entre pensar e conscientizar.


Mas o que é conscientizar? Conscientização é um estado permanente da consciência.


Pensar é uma sucessão de atos transitórios. O pensamento é sucessivo e analítico.


A consciência nada tem haver com análise, com sucessividade. Ela é um estado simultâneo, permanente do nosso ser espiritual, do nosso Eu. Eu e consciência são a mesma coisa. Ego e inteligência são outra coisa. A inteligência pensa, a consciência conscientiza, de maneira que, orar sempre não é pensar, não é falar, é ter a consciência do seu Ser. Naturalmente que quem se identifica com o seu ego intelectual não pode conscientizar. Agora, aquele que já descobriu a sua alma, o seu Eu espiritual, pode perfeitamente conscientizar a Presença de Deus.


O evangelho diz: "Eu e o Pai somos um, o Pai está em mim e eu estou no Pai". Isto é conscientizar a Presença de Deus.


Não podemos pensar em Deus durante as 24 horas do dia, somente se não fizermos mais nada fora disto, suspender todo o trabalho profissional e pensar em Deus, mas isso não é possível. Agora, conscientizar a Presença de Deus é perfeitamente compatível com qualquer trabalho. Podemos trabalhar em qualquer profissão, dentro de uma consciência da Presença de Deus.


Conscientização é uma coisa muito parecida com respirar. Se alguém dissesse: "Você tem que respirar sempre e nunca deixar de respirar, por que se você deixar de respirar você morrerá em cinco minutos!" Isso é natural e todo mundo o sabe! Mas se a pessoa dissesse: "Eu não posso respirar sempre por que tenho que trabalhar!" Mas que bobagem é essa? Ora, é a mesma bobagem que estão cometendo quanto a pratica espiritual... Dizer que não podem conscientizar a Presença de Deus por que tem que trabalhar numa fábrica ou tocar um tipo de negócio... A respiração impede o nosso trabalho? Em absoluto, pois ninguém se preocupa com a respiração, durante as suas atividades do dia. As pessoas vão dormir tranqüilamente e continuam a respirar.


A Oração Permanente de que fala o grande mestre, é uma respiração da alma e nada mais. Assim como o corpo respira constantemente para poder viver, assim a alma deve respirar constantemente para poder viver. Quem não respira espiritualmente, morre espiritualmente. Quem não tem a consciência da Presença de Deus, não vive espiritualmente, seu viver não tem qualidade.


Duas coisas são necessárias para podermos viver fisicamente: comer e respirar.


Podemos deixar de nos alimentar por vários dias, através de jejuns, e não morrer, mas não podemos ficar sem respirar. Em cinco minutos, a falta de oxigênio nos mata. O oxigênio do ar é vida para o nosso corpo. Das comidas, extraímos as calorias. As calorias não são tão necessárias quanto o oxigênio.


Os mestres exigem que oremos sempre e não nunca deixemos de orar. Na nossa linguagem, podemos traduzir esta exigência por:


"Tende sempre a consciência permanente da Presença de Deus" - mas nunca pensando em Deus como uma pessoa. Deus é a vida Universal do Cosmos. Esta Vida Universal nos alimenta quando vivemos dentro da consciência cósmica da Presença de Deus. Para isto, não se faz necessário pensar. É um estado de consciência.


Os grandes mestres não recomendam uma meditação intermitente, uma hora por dia, eles exigem uma meditação permanente, 24 horas por dia. Isso não no sentido de um ato, mas sim num sentido de um estado. Não no sentido de um processo analítico de pensamento, mas sim, no sentido de uma consciência simultânea e permanente.


Isto para os principiantes é difícil de compreender, mas, se você se habituar a este estado de consciência, não a uma ato de pensamento, você irá verificar que a oração permanente ou o estado permanente da Presença de Deus, não impede nenhum trabalho, pelo contrário, torna todos os trabalhos mais fáceis.


Quando alguém se habituou a viver na consciência da Presença de Deus, ele verifica que os seus trabalhos outrora antipáticos se tornam simpáticos, outrora odiados, se tornam até amados. Ele pouco a pouco descobre que o trabalhar não é dever compulsório, mas sim, um querer espontâneo. Quando alguém passa do maldito dever para o bendito querer, então está tudo resolvido, por que o grosso da humanidade só trabalha por um maldito dever. Elas dizem que infelizmente tem que trabalhar para poder viver e sustentar a si e a sua família. Quando o trabalho é um maldito dever é um trabalho antipático. Quando o trabalho se transforma num bendito querer então o trabalho fica com gosto.


Todos os grandes iniciados trabalhavam muito; nenhum deles foi preguiçoso. Nenhum deles arranjou aposentadoria permanente para não trabalhar mais. Todos trabalhavam, mas, os verdadeiros iniciados trabalhavam por um bendito querer e não por um maldito dever.


Um dos mais modernos iniciados, Joel S. Goldsmith, que escreveu o maravilhoso livro A Arte de Curar pelo espírito, diz: "na primeira metade de minha vida, eu trabalhava para viver. Na segunda metade da minha vida, eu vivo para trabalhar". Note bem como ele inverteu o programa: primeiro ele trabalhava para viver - o maldito dever de trabalhar... Com o suor do teu rosto, ganharás o teu pão. Isto é dos não iniciados. Ele dizia que trabalhava para viver, mas que depois que entrou na iniciação espiritual, passou a viver para trabalhar. Todos nós, sem exceção, podemos chegar a este ponto. Isto vai depender do estado de consciência da pessoa, pois o trabalho é o mesmo. O que pode ser diferente é o motivo pelo qual se trabalha: ou por dever ou por querer. Dever é desagradável, querer é agradável. O dever nos faz escravos, o querer nos liberta, nos torna servidores.


Quem faz o que deve é escravo. Quem não faz o que deve é um mal escravo.


Quem faz por querer, faz com alegria, boa vontade, entusiasmo e amor e por isso, é livre e feliz.


A Oração permanente não impossibilita o trabalho profissional, muito pelo contrário, qualifica-o, torna-o gostoso e agradável. A Baghavad Gita recomenda: Trabalhar intensamente, mas renuncie a cada instante aos frutos do teu trabalho... não trabalhar por causa do resultado, mas por causa da autorealização. No Evangelho diz o nazareno: "Quando tiverdes feito tudo o que devíeis fazer, dizeis: agora somos servos inúteis, cumprimos a nossa obrigação, nenhuma recompensa merecemos por isso!" Não é trabalhar por recompensa, seja recompensa terrestre ou celeste, mas sim, por amor a sua autorealização, ao aperfeiçoamento do seu espírito, da sua alma - isto é um trabalho bendito!


Todos os grandes mestres recomendam aos seus discípulos que tenham duas asas para voar. Você já viu algum avião voar com uma só asa? Nenhum inseto voa com uma asa... Uma asa só, por mais bela e forte que seja, não serve. As duas asas que os grandes mestres recomendam são:


1. Orai sempre e nunca deixeis de orar.
2. Quem não renunciar a tudo que tem, não pode ser meu discípulo.


A primeira asa é muito simpática, mas a segunda, para os não iniciados, é muito antipática. Por que entendem que renunciar como uma coisa muito dolorosa. Eles logo compreendem por coisas materiais como dinheiro, casa, automóvel e outras coisas mais. Isso não é muito importante. Muito mais necessário é renunciar a si mesmo, que é muito mais importante do que renunciar a objetos.


Mas, o que vem a ser renunciar a si mesmo?


Quem não conhece a natureza humana não pode compreender estas palavras. Para esta pessoa, renunciar a si mesmo parece com suicidar-se. Mas isto não resolve nada, só piora a situação. Enquanto a pessoa se identifica com o seu ego, não renunciou a seu ego. Somente quando descobre que não é o seu ego físico-mental-emocional, o seu invólucro humano, que isto ele tem, mas que isso ele não é, que ele é o seu espírito, a sua alma, a luz do mundo, a pérola preciosa...Então, ele renunciou.


Renunciar é o descobrimento da verdade sobre si mesmo!


Quem não entrou no autoconhecimento, não renunciou! Renunciou a que?


Aqui não se trata de renunciar a objetos externos, impessoais, trata-se de renunciar a um objeto pessoal, interno, chamado ego. Dentro de nós existe uma ilusão de nos identificarmos com o nosso ego humano e é justamente a isso que devemos renunciar. Mas como renunciar a esta ilusão?


Uma ilusão só pode ser combatida pela verdade. Ilusão é escuridão, verdade é luz! É possível combater a escuridão a não ser pela luz? A ilusão de que eu sou o meu ego é uma treva, a verdade de que eu sou a minha alma é uma luz. Só podemos combater a ilusão de que somos um ego, pela ação da luz do autoconhecimento. Luz é presença, treva é ausência. Onde há 100% de presença há o de ausência.


O que os mestres recomendam é puro autoconhecimento e isto, cada um deve fazer.


Cada um precisa responder satisfatoriamente a pergunta: Quem sou eu? Quando o homem chega a conclusão de que é o espírito de Deus em forma individual, então, está liberto de toda ilusão.


Deus é Espírito Universal.


Eu sou o espírito de Deus em formal individual.
Eu sou uma emanação espiritual da Divindade Universal.


Então, a segunda asa é a renúncia. Quando se fala em renúncia, quase todo mundo se choca e pensa que se trata de uma renuncia a nível material externo. Pensam que renunciar é jogar tudo fora, perder tudo, ficar com nada... Isso não é verdade, pois a renúncia não se refere a coisas materiais, mas sim, mentais. A nossa falsa mentalidade ego é que deve ser renunciada.


Se alguém renunciar a ilusão da sua mentalidade errada, então ele é completamente livre.


Só então ele é um discípulo dos grandes mestres.


Se alguém renunciou a sua identificação com o seu ego e depois olhar para os seus bens materiais lá fora, será que ele tem dificuldades em renunciar a estes bens? Não tem nenhuma dificuldades! A dificuldade é a renuncia interna e não a renuncia externa, pois isto é uma conseqüência de um transbordamento que pode ser constatado na vida de todos os grandes homens da história. Os inexperientes pensam que seja difícil a renuncia aos bens materiais. Os iniciados sabem que a renuncia aos bens materiais é uma simples brincadeira. É coisa tão fácil como beber um copo d'água, pois o que é realmente difícil é renunciar ao seu ego mental, não ao seu ego material.


No nosso século Mahatma Gandhi e Albert Shuawaseir fizeram a grande renuncia material colocando todos os seus bens materiais a serviço da humanidade.


As coisas materiais nunca foram nossas, isso é pura ilusão. Nosso foi o nosso ego mental e esse é muito nosso, pois é um objeto pessoal. Os bens externos são bens impessoais. Renunciar as coisas impessoais não é muito difícil, agora, recusar as coisas pessoais, aí sim é difícil! Quem passou pela maior aventura da renuncia pessoal, faz brincando a renuncia material por que isto é apenas uma conseqüência!


Então, todos os grandes mestres exigem que voemos com as duas asas, que são a asa da oração e a asa da renúncia. O engraçado é que muitos estão dispostos a criar a primeira asa da oração, mas quando se deparam com a segunda asa da renúncia, então retrocedem temerosos e tentam voar apenas com uma das asas. O resultado é que não conseguem voar!


Mas aquele que se habituou a oração, a consciência, não acha difícil a renuncia mental por que se ele já está convencido de que ele é a alma, de que ele é o espírito, ele também com a maior facilidade renuncia a ilusão de que ele seja o ego, por que se ele é o Eu, ele não pode ser o ego. Uma coisa é a conseqüência da outra, de maneira que propriamente não são duas coisas; parecem ser duas coisas, oração permanente e renuncia total, mas no fundo são uma coisa só. Por que aquele que já fez a oração permanente, também já fez a renuncia do seu ego, por que a oração permanente é incompatível com a identificação com o ego. O ego de fato não é o Eu.


Logo as duas asas quase se identificam... Oração permanente e renuncia total, no fundo são duas asas, mas logo chegamos a conclusão de que podemos voar com uma asa só, contanto que as duas asas sejam identificadas apenas numa. Então, tudo virá como que um "helicóptero" no final, por que o helicóptero não tem duas asas. O avião precisa de duas asas para voar, mas o helicóptero não tem nenhuma asa e por isso ele pode subir em linha vertical. O avião precisa de uma enorme linha horizontal para subir. Quem descobriu que oração é renúncia e que renuncia é oração identificou as duas asas do avião numa só e pode subir na vertical como um helicóptero.


Esta é a grande verdade descoberta pelos grandes mestres.


Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará!


Quem não tem asas tem que rastejar. Então, o principal está em criarmos asas para podermos voar.


Uma minhoca não voa e se ela vê uma águia voando nas alturas, acha uma bobagem. Quem é minhoca, não pode compreender a liberdade de ser águia, prefere continuar rastejando, comendo húmus por debaixo da terra da sua ignorância. Mas, quem já não é minhoca e já tem consciência espiritual de águia, não se contenta com uma vida debaixo da terra, quer alçar vôo à luz do sol. Isso é uma questão de desenvolver a consciência. A nossa evolução vai a espaços mínimos em espaços máximos. Precisamos muito tempo para dar um passo na evolução ascensional. Rastejar na horizontal é fácil por que isso não exige esforço nenhum. Deixar-se cair para baixo ainda é mais fácil. Involução é para baixo, estagnação é na horizontal e evolução é na vertical. Temos apenas estas três possibilidades.


Involução é regresso. Estagnação, rotina. Evolução, para cima. A única difícil é a evolução. A estagnação é inércia, é ficar sempre no mesmo plano, empurrando a vida com a barriga... Meus pais viveram assim, meus avós viveram assim, eu vou viver assim e os meus filhos e netos também vão viver assim. Isso é estagnação e quase todo mundo gosta da estagnação, ou se preferir, normóse. O que os outros fizeram, eu vou fazer também! Deixa como está para ver com vai ficar isso! O ego adora uma estagnação, pois a mesma não exige esforço, é comodismo, é inércia horizontal, é ir adiante, mas nunca ir para cima! Para cima já é esforço. Mais fácil ainda é regredir, ir para baixo, involução ainda é mais fácil do que a estagnação... E muitos gostam disso!


Quem pensa está na horizontal.


Quem não pensa vai abaixo da horizontal.


Quem conscientiza vai para cima, vai para as alturas.


Quem pensa fica só na horizontal, fica sempre na mesmice de milênios atrás. Não sai da rotina. O grosso da humanidade prefere o rotineiro. Para eles, o principal é continuar na normóse da horizontalidade.


Toda evolução exige esforço e o ego não gosta de esforço, por que ele é amigo da lei da inércia e do menor esforço.


Quem nunca saiu da consciência do ego, não vai sair da horizontalidade, se satisfaz com tudo aquilo que os seus antepassados fizeram e que ele espera que os filhos também o façam. Pronto! Isto continua na horizontal.


Existem uns poucos, uma pequena elite que se animam a sair da horizontal para a vertical. Eu digo para a vertical, mas isso não é possível em pulo só. Ninguém pode dar um pulo de 0 para 90º. Entre o 0 da horizontal e o 90 da vertical está o nosso grande problema. Temos que fazer um trabalho de desenvolvimento ascensional de 0 a 90. Durante todos este processo, antes do homem chegar no 90 da verticalidade, corre ele, o perigo de recair no processo evolutivo. Somente quando o homem atinge os 90º é que está livre de qualquer recaída no terreno do desenvolvimento espiritual, por que uma linha rigorosamente vertical, a prumo, nunca pode cair. Quando se constrói um edifício, os construtores tomam o maior cuidado para que o mesmo esteja bem a prumo. Quem não está em verticalidade está em perigo de cair para o 0 da horizontalidade. Isto é uma lei da mecânica e da física. A viagem entre o 0 da horizontal e o 90 da vertical é o nosso problema. Ninguém está seguro entre o 0 e o 89, por que neste espaço, sempre podemos cair. Mas o mais interessante, é que quanto mais nos distanciamos do 0 e mais nos aproximamos do 90, menor é a tendência de recair. Quando estamos no meio da jornada, nos 45 %, não temos tanta tendência de recair. Quando chegamos ao 90, acabou-se o perigo de recair, pois isto é o que chamamos de autorealização.


Iniciação é do 0 para o 1. De 1 a 89 ainda estamos na crença de Deus e por isso ainda somos propensos a recaídas. Do crer a pessoa pode cair para o descrer. Quem chegou à experiência espiritual do seu Eu Divino está definitivamente garantido. Do saber a pessoa nunca mais pode cair para o não-saber. A autorealização não vem de fora, ela vem da conscientização da nossa realidade espiritual. Quem se conscientizou como sendo o Espírito de Deus, não pode saber mais se identificar com o seu pequenino ego humano.


A pessoa pode ter a crença que for, pode crer quanto quiser, mas por nenhuma crença poderá estar segura, por que do crer existe a possibilidade de um regresso para o descrer. A pessoa só pode estar absolutamente segura a partir da experiência pessoal de Deus, quando experimenta em si mesma: "Eu e o pais somos um". Somente um ângulo reto pode retificar a nossa vida. Retificação é autorealização.


Será que podemos chegar a retificação na vida presente? Sim, podemos! Não foram muitos que conseguiram esta retificação, do tipo Paulo de Tarso, Mahatma Gandhi, Francisco de Assis, Albert Shuaisteser e outros. Os grandes retificados, os grandes místicos são aqueles que tiveram a experiência pessoal de Deus, não a crença de Deus, mas a experiência de Deus e através dela, chegaram à absoluta certeza de que nunca mais poderiam recair ao padrão anterior de pensamento, sentimento e ações.


Da experiência não a regresso para a inexperiência.


Da crença há regresso para a descrença. Por isso, a crença não garante a nossa autorealização.


A crença é um caminho para a experiência, mas muitas vezes, não se chega até lá. Quem para na crença não pode se sentir muito seguro. A crença pode ser como uma boa vontade, mas não é muito sabedoria. É preciso muito mais que boa vontade - boa vontade ainda é crença. É preciso sabedoria, que é fruto direto da experiência. Somente aquele que chegou a experiência vertical de Deus, pode ter a absoluta certeza de que não vai mais recair.


A meditação é o instrumento pelo qual buscamos por 100% da consciência da realidade espiritual que somos. É por meio da meditação que podemos não mais nos iludir com dúvidas ou incertezas. É pela verdadeira meditação, que podemos chegar à certeza da nossa identidade essencial com o Espírito de Deus.


Texto Parafraseado da palestra do Prof. Huberto Rohden, gravada por J.B. Castro.


(Fonte: http://www.cuidardoser.com.br)