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terça-feira, 28 de dezembro de 2010

OS PRINCÍPIOS HERMÉTICOS


Hermes Trimegisto, o Três Vezes Grande, era considerado pelos Egípcios o Mensageiro dos Deuses, por ter transmitido os ensinamentos a este grande povo da antiguidade e ter implantado a tradição sagrada, os rituais sagrados, e os ensinamentos das artes e ciências em suas Escolas da Sabedoria.

A medicina, a astronomia, a astrologia, a botânica, a agricultura, a geologia, as matemáticas, a música, a arquitetura, a ciência política, tudo isso era ensinado em suas Escolas e em seus livros, que segundo os gregos somavam 42. Entre eles se encontra "O Livro dos Mortos" ou também chamado "O Livro da Saída da Luz".

A Ciência Hermética é baseada em seus ensinamentos e comprova com seus preceitos, que o Grande Hermes veio transmitir para a humanidade uma Sabedoria Divina, até hoje mal compreendida apesar de amplamente comprovada.

A Filosofia Hermética se baseia nos Princípios Herméticos incluídos no livro "O Caibalion" e parece destinada a plantar uma semente de Verdade no coração dos sábios, que perpetuam e transmitem os seus ensinamentos. Em todas as civilizações sempre existiram ouvidos atentos a estes ensinamentos. Como diz o próprio Caibalion:

Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre,

Os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber

O seu Ensinamento, se abrirão completamente.

Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir,

Então vêm os lábios para enchê-los de sabedoria".

Porém o Caibalion nos ensina também que:

"Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento".

O Caibalion nos foi transmitido pela Tradição Hermética e reúne os ensinamentos básicos da Lei que rege todas as coisas manifestadas.

A palavra Caibalion, na língua hebraica significa tradição ou preceito manifestado por um ente de cima. Esta palavra tem a mesma raiz da palavra Qabala, ou Qibul, ou Qibal, que significa tradição.

No antigo Egito foi estabelecida a maior das Lojas dos Místicos e pelas portas de seus Templos entraram os Neófitos que, mais tarde, como Hierofantes, Adeptos e Mestres, se espalharam por todas as partes da terra, levando consigo o precioso conhecimento que possuíam para ensiná-los àqueles que estivessem preparados para compreendê-lo.

Em nossos dias o termo ‘hermético’ significa secreto, fechado de tal maneira que nada escapa, significando que os discípulos de Hermes sempre observavam o princípio do segredo nos seus preceitos. Os antigos instrutores pediam este segredo mas nunca desejaram que os preceitos não fossem transmitidos.

Não instituíram uma religião, de forma que estes princípios pudessem ser aproveitados por todas mas não pertencessem a nenhum credo. De fato, os ‘Princípios Herméticos’ são baseados nas Leis da Natureza, e como tais pertencem somente à Ordem Divina.

‘As doutrinas sempre foram transmitidas de ‘Mestre à Discípulo’, de Iniciado à Hierofante, dos lábios aos ouvidos. Ainda que esteja escrita em toda parte, foi propositalmente velada com termos de alquimia e astrologia, de modo que só os que possuem a chave podem-na ler bem.’ (O Caibálion).

Os Sete Princípios em que se baseia a Filosofia Hermética são os seguintes:

I – O princípio de Mentalismo

II – O princípio de Correspondência

III – O princípio de Vibração

IV – O princípio de Polaridade

V – O princípio de Ritmo

VI – O princípio de Causa e Efeito

VII – O princípio de Gênero

O primeiro Princípio é o Principio do Mentalismo

"O TODO é MENTE; o Universo é Mental"

Tudo e todos que existem de visível ou oculto funcionam porque fazem parte de um todo. Tudo faz parte da criação de uma mente onipresente, tudo faz parte de um poder total.

Este é sem dúvida o mais importante de todos os princípios já que nele estão contidos todos os outros. O TODO (ou seja a realidade que se oculta em todas as manifestações de nosso universo material) é Espírito, é Incognoscível e Indefinível em si mesmo, mas pode ser considerado como uma Mente Vivente Infinita Universal.

"Compreendendo a verdade da Natureza Mental do nosso Universo o discípulo estará bem avançado no Caminho do Domínio", escreveu um velho mestre do Hermetismo. Estas palavras continuam atuais e verdadeiras e são a chave para a nossa compreensão das regras e Leis que regem nosso Universo material.

Observaremos que, se o Universo é Mental e nós existimos na Mente do Todo, como tais, nós somos seres mentais e criamos com a nossa mente, à imagem e semelhança do Todo, conforme explica o Segundo Princípio.

O segundo Princípio Hermético é o Princípio da Correspondência

"O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima".

Assim como é em cima, é embaixo. Como é embaixo, assim é em cima. A característica de um corresponde, de certa forma, com a característica de outro, ou vice-versa.

A compreensão deste princípio nos ajuda a explicar todos os fenômenos da natureza e compreender a própria existência da vida. Os segredos da Natureza se tornam claros aos olhos do estudante que compreender este princípio chave, aplicado à manifestação universal e que explica os diversos planos do universo material, mental e espiritual.

Este é um dos mais importantes princípios e é aplicado na Astrologia e na Alquimia, verdadeiras Ciências de Iniciados, a primeira praticamente desprezada e a segunda quase esquecida. O Princípio da Correspondência habilita o homem inteligente a raciocinar do Conhecido ao Desconhecido ou vice-versa. "Estudando a Mônada, ele chega a conhecer o Arcanjo", diz o Caibalion.

O terceiro Princípio é o Princípio da Vibração

"Nada está parado, tudo se move, tudo vibra"

Nada nesse mundo esta em repouso, tudo esta em constante movimento. Tudo tem a sua infinita vibração, embora algumas coisas pareçam estar em repouso, na verdade estão dentro de um Universo que não para de vibrar.

Este princípio nos explica que tudo, em nosso Universo, está em constante movimento, isto é, em constante evolução. Este princípio é facilmente compreensível pois a ciência moderna já o confirmou através de suas observações e descobertas.

Ele explica que as diferenças entre as diversas manifestações de Matéria, Energia, Mente e Espírito, resultam das ordens variáveis de Vibração. "Desde O TODO, que é puro Espírito, até a forma mais grosseira de Matéria, tudo está em vibração. Quanto mais elevada for a vibração, tanto mais elevada será a posição na escala". (O Caibalion).

Nas extremidades inferiores da escala estão as vibrações mais grosseiras da matéria, que parecem estar paradas. Ao elevarmos nosso espírito, nos campos de vibração mais sutis, entramos em sintonia com O TODO e com a Mente Superior, recebendo assim os benefícios dela emanados. Só os Mestres conseguem aplicar corretamente este Princípio de Vibração, conquistando assim os fenômenos da natureza. "Aquele que compreende o princípio de Vibração alcançou o Cetro do Poder", disse um antigo Mestre.

O quarto Princípio é o Princípio de Polaridade

"Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias-verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados"

Tudo tem o seu pólo oposto para o perfeito equilíbrio e funcionamento contínuo do ciclo do universo. Somente os lados opostos uns aos outros conseguem se unir, transformando-se em uma parte do conjunto do universo.

Este Princípio é bastante simples e ao mesmo tempo complexo, e contém o axioma hermético dos opostos, ou seja dos pólos que regem toda a vida manifestada tal como nós a conhecemos. O princípio de Polaridade explica, por exemplo, que Luz e Obscuridade são a mesma coisa, manifestada em variações e graus diferentes.

Explica também que o Amor e o Ódio são dois estados mentais em aparência totalmente diferentes mas em realidade iguais pois exprimem somente o mesmo sentimento em graus diferentes. E o melhor de tudo isto é que, no caso da mente, podemos modificar as coisas se dominarmos a nossa própria mente, mudando a sua vibração, através da Arte da Transmutação Mental.

Com o profundo conhecimento deste princípio o estudante poderá modificar a sua própria Polaridade, assim como a dos outros, transformando Ódio em Amor, Raiva em Perdão, Tristeza em Alegria.

O quinto Princípio Hermético é o Princípio de Ritmo

"Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação"

As coisas estão sempre em constante movimento e esta lei explica o ritmo desses movimentos. É através da seqüência circula repetida de um mesmo movimento o caminho que se compõem o resultado da transformação.

Ao analisarmos este princípio temos que compreender que o Universo da forma como nós o conhecemos é influenciado por este constante fluxo e refluxo, por este movimento de atração e repulsão, que o torna tão complexo e ao mesmo tempo tão perfeito. Esta lei se manifesta em todas as coisas materiais e também nos estados mentais do Homem.

Os Hermetistas compreendem este Princípio, reconhecendo a sua aplicação universal e com os profundos estudos e com o domínio da mente, conseguem dominar os seus efeitos aplicando a Lei mental de Neutralização. Porém, o simples observar desta Lei em aplicação na Natureza nos ajuda a melhor enfrentar as vicissitudes da vida, acompanhando o seu fluxo e refluxo e tentando neutralizar a Oscilação Rítmica pendular que tenta nos arrastar para um ou para outro pólo.

O sexto Princípio Hermético é o Princípio de Causa e Efeito

"Toda a Causa tem seu Efeito, todo o Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei"

Nada no mundo acontece por acaso, tudo tem sua causa, e essa causa é o efeito de outra causa, e assim por diante, é uma cadeia circular infinita de causas e conseqüências.

Neste princípio existe a verdade de que há uma Causa para todo o Efeito e um Efeito para toda a Causa. E O Caibalion nos ensina também que nada acontece sem uma razão, mesmo se nós a desconhecemos, pois tudo é dominado pela Lei. Para nos elevarmos acima da Lei de Causa e Efeito é necessário muito estudo, muita meditação e a compreensão profunda de todos os Princípios Herméticos que fazem do Iniciado um Verdadeiro Mago.

As massas do povo são levadas para frente, seguindo os desejos e vontades dos outros, do coletivo onde as causas exteriores se tornam mais importantes do que a vontade própria. O verdadeiro Iniciado deve elevar-se acima da massa, exercitando a sua Vontade para poder exercer o seu Livre Arbítrio. Para escaparmos desta Lei, que nos ata às sucessivas re-encarnações, devemos antes de mais nada controlar nossa mente e nossos atos para superarmos a casualidade.

O sétimo Princípio é o Princípio do Gênero

"O Gênero está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos"

Tudo e todos têm seu lado feminino e masculino. É assim que o Universo é formado. Masculino possui Feminino e vice-versa. O termo chinês yin-yang considera essa idéia a base para o equilíbrio, tanto em sua característica criativa como objetiva. O nosso anima (poder feminino) e o animus (poder masculino) devem estar sempre em harmonia.

Estudando este princípio, que nos lembra o princípio de Polaridade, percebemos que o gênero é manifestado em tudo e que o princípio feminino e masculino estão sempre presentes, seja no plano físico que no plano mental e espiritual. No plano físico este Princípio se manifesta como sexo, e nos planos superiores ele tem outras formas de manifestação, mas se mantém igual.

Assim, podemos dizer que todas as coisas manifestadas no gênero masculino possuem também um gênero feminino, e todas as coisas do gênero feminino contém também um gênero masculino. Compreendemos assim que não necessitamos da busca do outro princípio pois tudo está imanente em nós, manifestado na forma do gênero. A compreensão deste princípio nos leva à plenitude e à realização interior.

CONCLUSÃO

Estes Princípios Herméticos, são aplicados pelo Astrólogo, pelo Tarólogo, pelo Homeopata, pelo Terapeuta Floral, pelo Grafólogo, enfim, por todos aqueles que sabem que o Homem faz parte do TODO e como tal não pode estar se não intimamente ligado a este, através de suas Leis Universais.

Ao olharmos o Homem como um Todo harmônico, podemos compreender as razões que o levam à desarmonia, que se manifesta através das doenças físicas ou mentais, dos acidentes e infortúnios, e tentar ‘curá-lo’ proporcionando-lhe assim a chance de um crescimento no âmbito espiritual.

Sem estes Princípios, as ciências chamadas "alternativas" seriam meros exercícios de ‘curandeirismo’. No entanto, sob os Princípios das Leis Herméticas, tudo se torna claro e transparente às mentes mais esclarecidas.

A MENTE

Você é somente uma testemunha e nada mais

A mente é apenas uma procissão de pensamentos passando na sua frente na tela do cérebro. Você é um observador. Mas você começa a ficar identificado com coisas belas - essas são seduções. E uma vez que você fica agarrado nas coisas belas você também fica agarrado nas coisas feias porque a mente não pode existir sem a dualidade.

Basta tentar de vez em quando: Deixe a mente ser o que quer que seja. Lembre-se, você não é a mente. E você terá uma grande surpresa. No dia que você estiver completamente desidentificado da mente, mesmo por um simples momento, há uma revelação: a mente simplesmente morre; ela não está mais presente. E com o desaparecimento da mente desaparece o eu. E tantas coisas desaparecem as quais eram tão importantes para você, coisas tão perturbadoras para você. Você esteve tentando resolvê-las e elas estavam ficando cada vez mais complicadas, tudo era um problema, uma ansiedade, e parecia que não havia nenhuma saída.

O mestre diz ao discípulo para meditar sobre um koan: Um pequeno ganso é colocado dentro de uma garrafa, e depois alimentado e nutrido. O ganso vai ficando cada vez maior e maior, e preenche toda a garrafa. Agora ele está muito grande; ele não pode sair pela boca da garrafa - a boca é muito pequena. E o koan é que você tem que retirar o ganso sem destruir a garrafa, sem matar o ganso.

O que você pode fazer? O ganso é muito grande; você não pode retirá-lo a menos que quebre a garrafa, mas isso não é permitido. Ou você retira matando-o, assim você não se importa se ele sai vivo ou morto. Isso também não é permitido.

Dia após dia, o discípulo medita, não encontra nenhuma maneira, pensa desse jeito e daquele jeito - mas de fato não tem jeito. Cansado, completamente exaurido, uma revelação repentina...Subitamente ele compreende que o mestre não pode estar interessado na garrafa e no ganso; eles devem representar algo mais. A garrafa é a mente, você é o ganso... e com o testemunhar, isso é possível. Sem estar na mente, você pode ficar tão identificado com ela que você começa a sentir que você está nela!

Ele corre para o mestre para dizer que o ganso está fora. E o mestre diz, "Você compreendeu isso. Agora o conserve fora. Ele nunca esteve dentro". Assim não surge à questão de trazê-lo para fora.

A consciência é o ganso que não está dentro da garrafa da mente. Porém, você está acreditando que ela está dentro da garrafa e perguntando a todo mundo como tirá-la de lá. E existem idiotas que irão lhe ajudar, com técnicas, para retirá-la da garrafa.

Consciência é não-dual e a mente é dual. Então apenas observe. Não lhe ensino algumas soluções. Eu lhe ensino a solução: Basta recuar um pouco e observar. Crie uma distância entre você e sua mente.
Seja isso bom, belo, delicioso, algo que você gostaria de desfrutar intimamente ou que seja feio - permaneça tão longe quanto possível. Veja isso como se você estivesse vendo um filme...

Identificação é a causa raiz da sua miséria. E toda identificação é identificação com a mente. Apenas dê um passo para o lado e deixe a mente passar. E logo você será capaz de ver de que não há nenhum problema - o ganso está fora. Você não precisa quebrar a garrafa, nem precisa matar o ganso.

Osho; Beyond Psychology

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

GRANDES HOMENS

Quem faz jus ao título de "grande homem"?
Não sei...
O homem inteligente?
Não basta ter inteligência para ser grande...
O homem poderoso?
Há poderosos mesquinhos...
O homem religioso?
Não basta qualquer forma de religião...Podem todos esses homens possuir muita inteligência, muito poder, e muita religiosidade - e nem por isso são grandes homens.
Pode ser que lhes falte certo vigor e largueza, certa profundidade e plenitude, indispensáveis à verdadeira grandeza.
Podem os inteligentes, os poderosos, os virtuosos não ter a verdadeira liberdade de espírito..
Pode ser que as suas boas qualidades não tenham essa vasta e leve espontaneidade que caracteriza todas as coisas grandes.
Pode ser que a sua perfeição venha mesclada de um quê de acanhado e tímido, com algo de teatral e violento.
O grande homem é silenciosamente bom...
É genial - mas não exibe gênio...
É poderoso - mas não ostenta poder...
Socorre a todos - sem precipitação...
É puro - mas não vocifera contra os impuros...
Adora o que é sagrado - mas sem fanatismo...
Carrega fardos pesados - com leveza e sem gemido...
Domina - mas Sem insolência...
É humilde - mas sem servilismo...
Fala a grandes distâncias - sem gritar...
Ama - sem se oferecer...
Faz bem a todos - antes que se perceba...
"Não quebra a cana fendida, nem apaga a mecha fumegante - nem se ouve o seu
clamor nas ruas..."
Rasga caminhos novos - sem esmagar ninguém...
Abre largos espaços - sem arrombar portas...
Entra no coração humano - sem saber como...
Tudo isso faz o grande homem, porque é como o Sol - esse astro assaz poderoso para sustentar um sistema planetário, e assaz delicado para beijar uma pétala de flor...
Assim é, e assim age o homem verdadeiramente bom - porque é instrumento nas
mãos de Deus...
Desse Deus de infinita potência - e de supremo amor...
Desse Deus cuja força governa a imensidade do cosmos - e cuja preciência sabe das fraquezas do homem...
O grande homem é, mais do que ninguém, imagem e semelhança de Deus...

(Huberto Rohden)

A ESSÊNCIA DA FELICIDADE

"O pássaro não está feliz porque canta. Ele canta por que está feliz".

Muitas pessoas atrelam sua idéia de felicidade a acontecimentos do futuro e pensam que só serão felizes quando eles acontecerem. Porém, após conquistarem seus objetivos, duas coisas podem ocorrer: elas podem ainda não encontrar a felicidade que pensavam, ou, a encontram e percebem que ela não dependia da conquista. Dependia da escolha de ser feliz ou não.
É como um estado de espírito que começa num despertar de consciência que pode levar décadas ou segundos.

A felicidade não deve ser confundida com Alegria.
"Alegria é uma felicidade curta, volátil. Felicidade é uma alegria duradoura."

Em se tratando de realizar sonhos, muitos pensam que a felicidade estará no fim da jornada, ou seja, ao se atingir a meta. Outros dizem que a felicidade está durante percurso de se atingir um objetivo, a exemplo do que nos passa o filme "Poder Além da Vida".
Acho que as duas correntes têm razão. A felicidade pode ser vivida na alegria que sentimos andando em direção a uma meta, e pode também ter na conquista o seu estopim, para perceber-se que ela sempre esteve alí, disponível para ser vivida.

Eu sou de uma terceira corrente.
Se a felicidade pode estar na conquista e pode estar na jornada, por que ela não estaria antes da jornada também?
Aliás, essa ideia da jornada nos faz pensar como se o caminhante tivesse a sua única ou primeira jornada da vida. Mas e se ele tivesse tido uma jornada anterior que o tivesse tornado feliz até agora?
Ao pensar nisso, vemos que ele pode já estar feliz mesmo antes de começar essa jornada, e que portanto, ele não precisa disso pois já alcançou a felicidade.
Portanto, a pessoa feliz não é dependente de objetivos e nem de jornadas.

Isso reforça o que eu disse. A felicidade está antes de sair de casa.
Ou seja, a felicidade está com ele sempre que ele acorda. E está lá porque ele preferiu viver assim: feliz.

A muitas pessoas perguntei o que as fazem felizes. Duas respostas foram padrão:
  • Estar perto do que gostam (ambientes e pessoas queridas)
  • Fazer o que gostam

A primeira, para mim é uma ilusão. Pessoas não duram para sempre e basear nossa felicidade nelas pode fazer a felicidade sumir assim que elas morerrem.
Mas como vidas são relativamente longas, uma pessoa pode ser considerada com uma felicidade de 80 ou 90 anos de validade. É uma ilusão muito satisfatória.
A segunda, para mim também é ilusória, pois não podemos fazer o que gostamos para sempre. Um piloto de Fórmula 1 poderia perder sua felicidade num acidente que lhe tirasse o movimento dos braços e pernas. Um caçador poderia perder sua felicidade ao lhe confiscarem as armas, ou extinguirem-se todos os animais da sua região.

É mais uma vez a ilusão da alegria.

Imagine sua vida como se ela fosse uma folha de papel. E essas ideias de felicidade são como pontinhos sozinhos desenhados sobre ela. Um pontinho é sua família amada, outro pontinho é o seu trabalho gratificante, outro pontinho são seus amigos. Olhando para isso, tendemos a olhar somente para esses pontinhos e chamá-los de felicidade. Mas ao olharmos somente para os pontos, não percebemos a imensa folha de papel que está sob ele.
Mas devemos parar para pensar que: os pontinhos não nos pertencem. Eles vem e vão. Podem ser apagados a qualquer momento, assim como mais deles podem ser desenhados, sempre.
Somente a folha permanece. A nossa vida.
Portanto, a essência da felicidade não consiste somente em se fazer o maior número de pontinhos possível, e sim, em se aceitar a folha como o maior presente que já nos foi dado. (por Acácio Rocha Dias).

A VIDA DEPOIS DA VIDA

“ Quando morreu, no século XIX, Victor Hugo arrastou nada menos que dois milhões de acompanhantes em seu cortejo fúnebre, em plena Paris. Lutador das causas sociais, defensor dos oprimidos, divulgador do ensino e da educação, o genial literato deixou textos inéditos que, por sua vontade, somente foram publicados após sua morte. Um deles fala exatamente do homem e da imortalidade e traduz-se mais ou menos nas seguintes palavras:

A morte não é o fim de tudo.

Ela não é senão o fim de uma coisa e o começo de outra.

Na morte o homem acaba, e a alma começa.

Que digam esses que atravessaram a hora fúnebre, a última alegria a primeira do luto.

Digam se não é verdade que ainda há ali alguém, e que não acabou tudo?

Eu sou uma alma.

Bem sinto que o que darei ao túmulo não é o meu eu, o meu ser.

O que constitui o meu eu, irá além.

O homem é um prisioneiro.

O prisioneiro escala penosamente os muros de sua masmorra, coloca o pé em todas as saliências e sobe até o respiradouro.

Aí, olha, distingue ao longe a campina, aspira o ar livre, vê a luz. Assim é o homem.

O prisioneiro não duvida que encontrará a claridade do dia, a liberdade.

Como pode o homem duvidar se vai encontrar a eternidade à sua saída?

Porque não possuirá ele um corpo subtil, etéreo, de que o nosso corpo humano não pode ser senão um esboço grosseiro?

A alma tem sede do absoluto e o absoluto não é desse mundo.

É por demais pesada para esta terra.

O mundo luminoso é o mundo invisível.

O mundo do luminoso é o que não vemos.

Os nossos olhos carnais só vêem a noite.

A morte é uma mudança de vestimenta.

A alma, que estava vestida de sombra vai ser vestida de luz.

Na morte o homem fica sendo imortal.

A vida é o poder que tem o corpo de manter a alma sobre a Terra, pelo que faz nela.

A morte é uma continuação. Para além das sombras, estende-se o brilho da eternidade.

As almas passam de uma esfera para a outra, tornando-se cada vez mais luz, aproximando-se cada vez mais de Deus.

O ponto de reunião é o infinito.

Aquele que dorme e desperta, desperta e vê que é homem.

Aquele que é vivo e morre, desperta e vê que é Espírito.” (VICTOR HUGO)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

PÉROLAS DA SABEDORIA


Apresentamos aos internautas uma coletânea de trechos meticulosamente escolhidos para auxiliá-lo a iluminar a senda do caminho rumo ao conhecimento e reconhecimento de si mesmo, diante dos insondáveis mistérios da vida:

Faça a sua parte e não se preocupe com os outros. Acredite que Deus também fala com eles, e que estão tão empenhados quanto você em descobrir o sentido desta vida. (Paulo Coelho)

Há homens que perdem a saúde para juntar dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por nem viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido. (Confúcio)

Rir muito e com freqüência; ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das criança; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido sucesso. (Ralph Waldo Emerson)

Não confundas o amor com o delírio da posse, que acarreta os piores sofrimentos. Porque, contrariamente à opinião comum, o amor não faz sofrer. O instinto de propriedade, que é o contrário do amor, esse é que faz sofrer. (...) Eu sei assim reconhecer aquele que ama verdadeiramente: é que ele não pode ser prejudicado. O amor verdadeiro começa lá onde não se espera mais nada em troca. (Antoine de Saint-Exupéry)

O autoconhecimento é impossível se não formos além da nossa existência superficial, que é mero resultado de experiências exteriores selecionadas pela memória, uma representação inexata ou uma tradução apressada, incompetente e fragmentária de uma pequena parte do nosso grande Ser - precisamos ir além disso e lançar a nossa sonda bem fundo no inconsciente, precisamos abrir-nos ao superconsciente para conhecer a relação que existe entre essas coisas e o nosso ser superficial. Porque é entre essas três coisas que a nossa existência se movimenta, e é nelas que encontra a sua totalidade. (Sri Aurobindo)

Estas coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passareis por aflições; mas, tende bom ânimo; eu venci o mundo. ( João 16:33)

Se conheces o inimigo e te conheces a ti mesmo, não precisas de temer o resultado de cem batalhas. Se te conheces a ti mesmo, mas não conheces o inimigo, por cada vitória sofrerás também uma derrota. Se não te conheces a ti mesmo nem conheces o inimigo, perderás todas as batalhas. (Sun Tzu, A Arte da Guerra)

O ponto de virada no processo de crescimento é quando você descobre o centro da força dentro de você, que sobrevive a qualquer sofrimento. (Max Lerner)

Quando um homem está doente, se não se encontra essencialmente realizado, dá-se conta de que quando estava de saúde tinha descuidado muitas coisas essenciais; que tinha preferido o acessório ao essencial. (Gustave Thibon)

Quando renunciamos aos nossos sonhos e encontramos a paz, temos um pequeno período de tranqüilidade. Mas os sonhos mortos começam a apodrecer dentro de nós e a infestar todo o ambiente em que vivemos. O que queríamos evitar no combate, a decepção e a derrota, passa a ser o único legado de nossa covardia. (Paulo Coelho)

Talento é dom mais paixão. Um desejo de vencer tão intenso, que nenhuma força no mundo consegue detê-lo. (Nil Simon)

Há pessoas que desejam saber só por saber, e isso é curiosidade; outras, para alcançarem fama, e isso é vaidade; outras, para enriquecerem com a sua ciência, e isso é um negócio torpe: outras, para serem edificadas, e isso é prudência; outras, para edificarem os outros, e isso é caridade. (S. Tomás de Aquino)

Sempre que o homem seguir com sinceridade o caminho da fé, ele será capaz de aproximar-se de Deus e operar milagres. (Paulo Coelho)

Deus é o Deus do presente. Assim ele te encontra e acolhe não pelo que fostes, mas pelo que és agora. (Johannes Eckhart)

O verdadeiro conhecimento é o autoconhecimento. Ele tem suas raízes no interior do homem e surge através da reflexão e da contemplação. (A.D.)

As grandes coisas são feitas por pessoas que tem grandes idéias e saem pelo mundo para fazer com que seus sonhos se tornem realidade (Ernest Holmes)

Do meu telescópio, eu via Deus caminhar! A maravilhosa disposição e harmonia do universo só pode ter tido origem segundo o plano de um Ser que tudo sabe e tudo pode. Isto fica sendo a minha última e mais elevada descoberta. (Isaac Newton)

Só existe duas formas de viver a vida. A primeira é pensando que o milagre não existe; a outra é pensando que tudo é milagre. (Albert Einstein)

O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos. (Elleanor Roosevelt)

O ser humano é o único que pode escolher a direção de suas ações, tornando visíveis as intenções da sua essência interior e por suas atitudes, mostrar o valor de sua palavra, o poder de seu pensamento e o calor de seu sentimento, em tudo o que realiza. (Maria C. Freitas)

O caminho é o que importa, não o seu fim. Se viajar depressa demais, vai perder aquilo que o fez viajar. (Bantam)

Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei. (O Caibalion)

A coisa de maior extensão no mundo é o universo, a mais rápida é o pensamento, a mais sábia é o tempo e mais cara e agradável é realizar a vontade de Deus. (Tales de Mileto)

As coisas nas quais você realmente acredita sempre acontecem; e a crença em algo faz com que elas virem realidade. (Frank Lloyd)

O conhecimento integral admite as verdades válidas de todos os pontos de vista sobre a existência, válidas cada qual no campo que lhe compete; mas busca eliminar as limitações e negações e harmonizar e reconciliar essas verdades parciais, inserindo-as numa verdade maior que preenche as múltiplas facetas do nosso ser na única Existência onipresente. (Sri Aurobindo)

A arte saiu da caverna e caminha em direção ao divino. É o Deus que há em nós, a grande mola que propulsiona o homem para a frente e para cima. (Olga Savary)

Se você quer mudar tudo, basta mudar a sua atitude. (S. Brown)

Perdedores visualizam as penas dos fracassos. Vencedores vislumbram as recompensas do sucesso. (Rob Gilbert)

Alguns chegam ao conhecimento do seu Eu Espiritual por meio da meditação; outros pelo pensar aprofundado; alguns alcançam a percepção mediante renunciação; outros por meio de boas a ções. (Bhagavad Gîtâ)

Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente, julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância. (Jacques Anatole France)

O importante é sacrificar aquilo que somos para ser aquilo que podemos vir a ser. (Charles Dubois)

Onde Deus lhe plantou, é aí que deve dar flores. (provérbio canadense)

Seja o que for que você faça ou sonho que possa realizar, dê partida a ele. A audácia tem genialidade, força e magia em sua essência. (Johann Goethe)

Olhe para o céu e para a terra, e pense que tudo passa. Todas as montanhas e rios que possa ver, todas as formas de vida, e todas as criações da natureza, tudo há de passar. E compreenderá a verdade; e verá o que fica, o que não passa. (Provérbio Budista)

Ninguém pode chegar ao topo armado apenas de talento. Deus dá o talento; o trabalho transforma o talento em gênio. (Anna Pavlova)

O homem sábio é aquele que não se entristece com as coisas que não tem, mas rejubila com as que tem. (Epicteto)

Competência, planejamento, determinação, espírito de equipe e amor são as qualidades essenciais para ser dono do futuro. Mas também é preciso ter fé, acreditar. (Roberto Schinyashiki)

A vida é maravilhosa se não se tem medo dela. (Charles Chaplin)

A vida é movimento, um caminhar pelo viver até a realização daquelas idéias que nos iluminam, tanto em nossos intelectos quanto em nossos corações, com luz divina. (Giuseppe Mazzini)

Toda ação sem justiça e harmonia, é luta e guerra. Toda procura de harmonia e justiça sem energia e ação, é desequilíbrio e aniquilação. (A).D.

Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância. (Jacques Anatole France)

É triste falhar na vida, porém mais triste ainda é não tentar vencer. (Roosevelt)

Quando, pela Alquimia Espiritual, nos tornarmos como Cristo, o Senhor da Vida, seremos imortais, libertar-nos-emos do nosso pai Adão e da nossa mãe Eva e a morte não mais terá poder sobre nós. (Antonio de Macedo)

Nada que é feito com amor é pequeno ou sem valor. (J. Hamilton M. César)

Não te preocupes com o que tens, muito menos com o que és, faze nascer, em cada dia que te é ofertado, a beleza de tua existência. (José do Carmo)

O demônio pode citar as Escrituras para justificar seus fins. (Shakespeare).

Parece-me que o premio mais alto possível para qualquer trabalho humano não é o que se recebe por ele, mas o que se torna através dele. (Brock Bell)

A oração é um ato todo-poderoso que coloca as forças do céu á disposição do homem. (Henri Lacordaire)

Uma coisa é você achar que está no caminho certo, outra é achar que o seu caminho é o único. Nunca podemos julgar a vida dos outros, porque cada um sabe da sua própria dor e renúncia. (Paulo Coelho)

Aquele que não pode perdoar, destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar. (George Herbert)

Até a jornada de mil milhas começa com um pequeno passo. (Provérbio japonês)

Buscai a razão e a fé, pois, será somente desta forma que compreendereis a importância de saber chorar sorrindo e a de sorrir chorando. (A.D.)

Não procures a verdade fora de ti, ela está em ti, em teu ser. Não procures o conhecimento fora de ti, ele te aguarda em tua fé interior. Não procures a paz fora de ti, ela está instalada em teu coração. Não procures a felicidade fora de ti, ela habita em ti desde a eternidade. (Mestre Khane)

Entre as pequenas coisas que não fazemos e as grandes que não podemos fazer, o perigo está em não tentarmos nenhuma! (Confúcio)

O verdadeiro sábio, conhecendo a natureza do Universo, emprega a Lei contra contra as leis, o superios contra o inferior; e pela Arte da Alquimia transmuta aquilo que é desagradável, naquilo que é agradável, e deste modo triunfa... O Domínio não consiste em sonhos anormais; em visões, em vida e imaginações fantásticas, mas sim no emprego das forças superiores contra as inferiores, escapando assim das penas dos planos inferiores, pela vibração nos superiores. (O Caibalion)

O futuro do homem não está nas estrelas, mas sim na sua vontade. (William Shakespeare)

O domínio do mistério é um campo aberto às conquistas da inteligência. Pode-se andar nele com audácia, nunca se reduzirá sua extensão, mudar-se-á somente de horizontes. Todo saber é o sonho do impossível, mas ai de quem não ousa aprender tudo e não sabe que, para saber alguma coisa, é preciso resignar-se-a estudar sempre! (Eliphas Levi)

Chegamos exatamente onde precisamos chegar, porque a Mão de Deus sempre guia aquele que segue seu caminho com fé. (Paulo Coelho)

Só tem poder sobre os outros quem o tem sobre si mesmo. (Tissier)

Meço o valor de um homem pela medida em que ele se liberta de seu próprio eu. (Albert Einstein)

Quando oramos, ligamo-nos a uma força propulsora inexaurível. (Alexis Carrel)

Ainda que seus passos pareçam inúteis; vá abrindo caminhos como a água que desce cantando da montanha. Outros te seguirão... (Antoine de Saint-Exupéry)

Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se! Você quer ser feliz para sempre? Perdoe! (Tertuliano)

Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver (Dalai Lama)

O mundo é um belo livro, mas pouco útil para quem não sabe ler. (Carlos Goldoni)

Quem quiser vencer na vida deve fazer como os sábios: mesmo com a alma partida, ter um sorriso nos lábios. (Dinamor)

Procure salvar quem está sendo arrastado para a morte. Você pode dizer que o problema não é seu, mas Deus conhece seu coração e pagará de acordo com o que cada um fizer. (Rei Salomão)

Como já te disse, ó nobre príncipe, há dois caminhos que vão à Perfeição. O primeiro é o caminho do Conhecimento, e o segundo o da Ação. Uns preferem o primeiro, e outros, o segundo desses dois caminhos; sabe, porém, que considerados do alto, ambos são um só caminho. (Bhagavad Gîtâ)

Se tiveres a coragem de olhar o mal cara a cara, de o veres como realmente é e de lhe dares o seu verdadeiro nome, ele não terá poder sobre ti e poderás destrui-lo. (Lloyd Alexande)

Autoconfiança é o primeiro segredo para se atingir o sucesso. (Ralph Waldo Emerson)

Seja você quem for ou o que faça, quando quer com vontade alguma coisa, é porque esse desejo nasceu na alma do Universo. (Paulo Coelho)

Seja corajoso - e forças poderosas virão em seu auxílio. (King)

O mal não existe na natureza material por si mesmo, mas o mal existe para todos aqueles que compreendem o bem, e que têm a liberdade de escolher entre o bem e o mal. (Marcus Aurelius)

Ponha energia, vitalidade e força em cada movimento de seu corpo. Faça com que sua atmosfera seja a de alguém que está... determinado a lutar por algo a ser alguém... Ouse sair da multidão e traçar seu próprio caminho. (Orison Swett Marden)

A sinceridade é o princípio e o fim de todas as coisas. (Confúcio)

terça-feira, 16 de novembro de 2010

ASSIM DIZIA PARACELSO


I
Se, por um espaço de alguns meses, observares rigorosamente as prescrições, que se seguem, ver-se-á operar, em tua vida uma MUTAÇÃO TÃO FAVORÁVEL, que nunca mais poderás esquecê-las. Mas, meu irmão, para que obtenhas o êxito desejado, é mister que adaptes tua vida à estrita observância destas regras.
São simples e fáceis de seguir, mas é preciso observá-las com a máxima perseverança. Julgarás que a felicidade não vale um pouco de esforço? Se não és capaz de pores em prática estas regras, tão fáceis, terás o direito de te queixares do destino? Será tão difícil a tentativa de uma prova? São regras legadas pela antiga Sabedoria e há nelas mais transcendência do que simplicidade, como parece à primeira vista.

II
Antes de tudo, lembra-te de que não há nada melhor do que a saúde. Para isso deverás respirar, com a maior freqüência possível profunda e ritmicamente, enchendo os pulmões, ao ar livre ou defronte de uma janela aberta. Beber quotidianamente, a pequenos goles, dois litros de água, pelo menos; comer muitas frutas; mastigar bem os alimentos; evitar o álcool, o fumo e os medicamentos, salvo em caso de moléstia grave. Banhar-se diariamente, é um hábito que deverás à tua própria dignidade.

III
Banir absolutamente de teu ânimo, por mais razões que tenhas, toda a idéia de pessimismo, vingança, ódio, tédio, ou tristeza. Fugir como da peste, ao trato com pessoas maldizentes, invejosas, indolentes, intrigantes, vaidosas ou vulgares e inferiores pela natural baixeza de entendimentos ou pelos assuntos sensualistas, que são a base de suas conversas ou reflexos dos seus hábitos. A observância desta regra é de importância DECISIVA; trata-se de transformar a contextura espiritual de tua alma. É o único meio de mudar o teu destino, uma vez que este depende dos teus atos e dos teus pensamentos: A fatalidade não existe.

IV
Faze todo bem ao teu alcance. Auxilia a todo o infeliz sempre que possas, mas sempre de ânimo forte. Sê enérgico e foge de todo o sentimentalismo.

V
Esquece todas as ofensas que te façam, ainda mais, esforça-te por pensar o melhor possível do teu maior inimigo. Tua alma é um templo que não deve ser profanado pelo ódio.

VI

Recolhe-te todos os dias, a um lugar onde ninguém te vá perturbar e possas, ao menos durante meia hora, comodamente sentado, de olhos cerrados, NÃO PENSAR EM COISA ALGUMA. Isso fortifica o cérebro e o espírito e por-te-á em contanto com as boas influências. Neste estado de recolhimento e silêncio ocorrem-nos sempre idéias luminosas que podem modificar toda a nossa existência. Com o tempo, todos os problemas que parecem insolúveis serão resolvidos, vitoriosamente por uma voz interior que te guiará nesses instantes de silêncio, a sós com a tua consciência. É o DEMÔNIO de que
SÓCRATES falava. Todos os grandes espíritos deixaram-se conduzir pelos conselhos dessa voz íntima. Mas, não te falará assim de súbito; tens que te preparar por algum tempo, destruir as capas superpostas dos velhos hábitos; pensamentos e erros, que envolvem o teu espírito, que embora divino e perfeito, não encontra os elementos que precisa para manifestar-se.

VII

A CARNE É FRACA Deves guardar, em absoluto silêncio, todos os teus casos pessoais. Abster-se como se fizesses um juramento solene, de contar a qualquer pessoa, por mais íntima, tudo quanto penses, ouças, saibas, aprendas ou descubras.
É UMA REGRA DE SUMA IMPORTÂNCIA.

VIII

Não temas a ninguém nem te inspire a menor preocupação a dia de amanhã. Mantém tua alma sempre forte e sempre pura e tudo correrá e sairá bem. Nunca te julgues sozinho ou desamparado; atrás de ti existem exércitos poderosos que tua mente não pode conceber. Se elevas o teu espírito, não há mal que te atinja. Só a um inimigo deves temer: A TI MESMO. O medo e a dúvida no futuro são a origem funesta de todos os insucessos; atraem influências maléficas e, estas, o inevitável desastre. Se observares essas criaturas, que se dizem felizes verás que agem instintivamente de acordo com estas regras. Muitas das que alegam que possuem grandes fortunas podem não ser pessoas de bem, mas possuem muitas das virtudes acima mencionadas. Demais, riqueza não quer dizer felicidade; pode se constituir em um dos melhores fatores, porque nos permite a prática de boas ações, mas, a verdadeira felicidade só se alcança palmilhando outros caminhos, veredas por onde nunca transita o velho Satã da lenda, cujo nome verdadeiro é EGOÍSMO.

IX

Não te queixes de nada e de ninguém. Domina os teus sentidos, foge da modéstia como da vaidade; ambas são funestas e prejudiciais ao êxito. A modéstia tolherá tuas forças e a vaidade é tão nociva como se cometêsses um pecado mortal contra o ESPÍRITO SANTO. Muitas individualidades de real valor tombaram das altas culminâncias atingidas, em conseqüência da Vaidade; a ela deveram certamente a sua queda Júlio Cesar, aquele homem extraordinário que se chamou Napoleão e muitos outros.Oxalá, sigas sempre estas poucas regras para a tua FELICIDADE, para o teu BEM e a nossa ALEGRIA.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

ANALOGIA SOBRE O CÂNCER


Para entendermos o câncer é muito importante que raciocinemos em termos analógicos. Precisamos nos tornar plenamente conscientes do fato de que toda entidade perfeita que percebemos ou definimos (ou seja, um todo entre outras totalidades) é por um lado parte de um todo maior e, ao mesmo tempo, compõe-se de todos menores. Assim sendo, por exemplo, um bosque (como um todo definido) não só faz parte de um todo maior (a zona rural), mas é também constituido de muitas árvores (todos menores). O mesmo vale para cada árvore isolada. Ela não só faz parte da floresta, como também é composta por tronco, raízes e copa. A relação entre o tronco e a árvore é a mesma entre a árvore e o bosque, ou entre o bosque e a zona rural em que está.
Cada um de nós é parte da raça humana, e ao mesmo tempo consistimos em órgãos que não só fazem parte de um ser humano, como simultaneamente são feitos de uma multiplicidade de células, as quais por sua vez são partes do próprio órgão. A raça humana espera que cada um de nós se comporte da melhor forma possivel como indivíduo a fim de servirmos ao desenvolvimento e à sobrevivência da humanidade como um todo. Cada um de nós, por sua vez, espera que seus órgãos funcionem com perfeição no interesse de sua sobrevivência como ser humano. E o órgão espera que suas próprias células cumpram seu dever no que se refere à sua sobrevivência.
Dentro dessa ordem hierárquica, que pode ser estendida ao infinito em ambas direções, cada ser é um todo numa situação de conflito constante entre seu tipo específico de vida por um lado, e sua subordinação aos interesses da entidade hierarquicamente superior, por outro. Cada organismo complexo (humanidade, Estado, órgão) tem seu funcionamento organizado de tal modo que suas partes cheguem tanto quanto possivel à idéia comum e trabalhem em seu benefício. Todo sistema pode normalmente enfrentar o fracasso de algumas de suas partes constituintes, sem por em risco o todo. No entanto, existe um limite além do qual a existência em si passa a correr perigo.
Sendo assim, um Estado pode sair-se bem mesmo que alguns cidadãos se recusem a trabalhar ou se comportar de modo anti-social, revoltando-se contra ele. Se, no entanto, este grupo de elementos subversivos aumentar muito, pode acabar com um tamanho que passa a ameaçar a existência contínua do todo. Como é natural, o Estado devotará bastante tempo à tentativa de se defender desse desenvolvimento, combatendo em nome da própria existência. Se essa tentativa falhar, seu colapso é inevitavel. A abordagem mais promissora seria fazer os dissidentes voltarem a tempo para o grupo, oferecendo-lhes oportunidades irrecusáveis de cooperar com um trabalho que visasse um objetivo comum. A longo prazo, contudo, o método habitualmente usado pelo Estado é eliminar de forma radical seus desafetos. Tal estratégia levará ao caos. Do ponto de vista do Estado, as forças da oposição são inimigos perigosos cujo único objetivo é destruir a "velha e boa organização" a fim de disseminar a desordem.
Embora perfeitamente justo, esse modo de analisar os fatos peca pela sua unilateralidade. Se perguntássemos a opinião dos anarquistas ouviríamos argumentos muito diferentes e bastante justificáveis do seu ponto de vista. O certo é que não se identificam com os objetivos e as pretensões do Estado, porém apresentam pontos de vista e interesses opostos que gostariam de ver concretizados. O Estado exige obediência; tais grupos querem liberdade para realizar seus próprios ideais. Podemos entender ambos os lados, no entanto não é facil concretizar os interesses das duas facções sem que ao mesmo tempo haja uma espécie de sacrifício.
A intenção destas explicações não é de forma alguma desenvolver qualquer teoria política ou social, mas antes de apresentar o câncer num outro nivel, tentando ampliar o ângulo de visão geralmente restrito com que é analisado. O câncer não é um acontecimento isolado que só aparece nas formas cancerosas; ele é igualmente encontrado com frequência em processos bastante diferenciados e inteligentes que também dão trabalho aos homens em outros âmbitos da vida. No caso de quase toda as outras doenças vemos uma tentativa do corpo para lidar com a dificuldade funcional através da adoção de medidas adequadas. Se tem sucesso, falamos em cura (que pode ser mais ou menos perfeita). Se o corpo não tem êxito e seus esforços para debelar a doença são frustrados, falamos em morte.
Mas, no caso do câncer, vemos algo essencialmente diferente: o corpo assiste como um número crescente de suas células mudam de comportamento e, através de uma participação ativa, iniciam um processo que por si mesmo não leva a nenhum resultado, mas que de fato descobre seus limites no esgotamento do hospedeiro (solo nutritivo). A célula cancerosa não é, como por exemplo as bactérias, os virus ou as toxinas, algo que vem de fora, pondo em risco o organismo; ela é uma célula que até então estava a serviço do órgão e assim atendia ao organismo como um todo proporcionando-lhe a melhor chance de sobrevivência possivel. Mas, subitamente, sua orientação se modifica e ela abandona a identificação comum. Ela começa a desenvolver e concretizar objetivos próprios sem a menor consideração pelas demais células. Ela encerra a sua atividade habitual, ou seja, sua função específica dentro do órgão, e coloca seu próprio desenvolvimento em primeiro plano. Ela não se comporta mais como um membro do ser vivente multicelular, porém regride a um nivel primitivo de existência, como célula isolada na evolução histórica. Rompe sua união com a comunidade celular e, a partir daí, espalha-se com rapidez e indiferença através de uma divisão caótica, desrespeitando os limites morfólogicos (infiltração), e construindo por toda parte seus pontos de apoio (metástases). O que sobra da comunidade celular da qual se excluiu é usado como um anfitrião que lhe dá de comer. As células cancerosas se multiplicam e crescem tão depressa que os vasos sanguíneos não são mais capazes de manter um suprimento adequado de sangue. É assim que as células cancerosas regridem da respiração oxigenada para um processo mais primitivo, de fermentação. Respirar depende da comunidade (numa base de troca); a fermentação é algo que qualquer célula consegue fazer por conta própria.
Este processo muito bem sucedido de autodisseminação das células cancerosas acaba se detendo depois de terem literalmente devorado a pessoa que usaram como fonte de alimentação. Finalmente, as células cancerosas passam por um sério problema, ou seja, tem dificuldade com o suprimento nutritivo. Mas até esse momento seu comportamento é coroado de êxito.
Neste ponto surge a questão: como será que células até então bem-comportadas podem fazer isso? Na verdade, seus motivos podem ser acompanhados com bastante facilidade. Como membro obediente de um ser multicelular humano, a célula tem apenas de executar a função específica que lhe é destinada, e que serve para assegurar a sobrevivência do organismo maior. Num dado instante, porém, certa célula é forçada a começar a cumprir a pouco atraente função de uma outra. Durante bastante tempo ela de fato faz isso. No entanto, num determinado ponto, o organismo maior deixou de se interessar pelo contexto do desenvolvimento daquela célula em si mesma. Um organismo unicelar é livre e independente; pode fazer o que quiser, pode tornar-se imortal propagando-se ao infinito. Como parte integrante de um organismo multicelular, a célula tanto é mortal como restrita. Acaso pode causar espanto se ela recordou sua antiga liberdade e resolveu mudar de vida, passando a ser uma célula isolada a fim de concretizar sua imortalidade através de esforços individuais? Ela subordina a antiga comunidade de células aos seus próprios interesses e com seu comportamento irresponsavel, começa a conquistar a própria liberdade.
A abordagem por certo bem sucedida de usar outras células como fonte de alimentação é um método cujo erro só se torna visivel com o tempo, pois assim está determinado também o próprio fim. O comportamento da célula cancerosa só obtém êxito enquanto o hospedeiro viver - a morte da pessoa doente significa o fim do desenvolvimento canceroso.
Existe aqui um pequeno erro de consequências graves para o conceito de concretização da liberdade e da imortalidade. Declaramo-nos desligados da antiga comunidade e percebemos, tarde demais, que ela nos é necessária. O ser humano não sente nenhum prazer em sacrificar a vida pela célula cancerosa e, no entanto, esta também não se sente nada contente em sacrificar a vida pelo ser humano. A célula cancerosa tem argumentos tão válidos como a pessoa, só que seu ponto de vista é outro. Ambos querem viver e concretizar seus desejos de liberdade e seus interesses. Para tanto, ambos estão dispostos a sacrificar um ao outro. No nosso exemplo "estatal" não foi diferente. O Estado, tanto quanto seus opositores, também quer viver e concretizar seus ideais. É por isso que o Estado tenta em primeiro lugar sacrificar os anarquistas. Se assim não obtém êxito, este sacrificam o Estado. Nenhum dos partidos leva o outro em consideração. O homem passa por cirurgias e faz aplicações de cobalto e quimioterapia contra as células cancerosas até onde puder - mas, se elas vencerem, sacrificam o paciente. Trata-se do antigo conflito da natureza; comer ou ser comido. É claro que o paciente vê a indiferença e a desconsideração das células cancerosas e também sua falta de visão; contudo, será que ele também vê que se comporta exatamente do mesmo modo, que tenta assegurar sua sobrevivência usando dos mesmos meios?
Eis aí a chave do câncer. Não é por acaso que tantos sofrem de câncer em nossa época, e que o fato de combatê-lo por todos os meios obtém tão pouco êxito. O câncer é uma expressão da época moderna e da nossa visão coletiva de mundo. Sentimos em nós como câncer somente aquilo que de fato vivemos. Nossa era é caracterizada pela expansão e pela concretização desconsiderada dos próprios interesses. Na vida política, científica, "religiosa" e privada, as pessoas tentam expandir seus objetivos e interesses sem consideração pelos limites; eles tentam criar por toda parte bases de apoio para seus próprios interesses (metástases), prestigiando unicamente seus ideais e objetivos, e escravizando assim todos os demais em seu próprio benefício (princípio do parasitismo).
Nosso todo racional é igual ao da célula cancerosa. Nossa expansão é tão rápida e bem sucedida que também nós mal podemos enfrentar os problemas de abastecimento. Nossos sistemas de comunicação, embora espalhados pelo mundo inteiro, ainda nos impedem a comunicação com nossos parceiros e vizinhos. Temos facilidades, mas não sabemos o que fazer com elas. Produzimos e destruimos substâncias alimentícias apenas para manipular seus preços. Podemos viajar pelo mundo inteiro, e mesmo assim não nos conhecemos. Nossa filosofia atual só admite um objetivo: crescer e progredir. Trabalhamos, fazemos experiências e pesquisas (contudo para quê?) Em nome do progresso! E qual será o objetivo desse progresso? Ainda mais progresso? A humanidade está envolvida numa viagem sem rumo. É por isso que tem de estabelecer continuamente novos alvos para não se desesperar. A célula cancerosa não pode simplesmente segurar uma vela para iluminar a cegueira e a miopia da humanidade contemporânea. Em virtude de visarmos apenas a expansão econômica, nós usamos o meio ambiente como fonte alimentar e anfitrião e, atualmente, constatamos surpresos que a morte desse hospedeiro implica a nossa própria morte. As pessoas contemplam o mundo como um grande celeiro: as plantas, os animais, as matérias-primas. Tudo existe unicamente para que as pessoas possam se espalhar de forma indiscriminada e ilimitada sobre a terra.
De onde as pessoas que se comportam dessa maneira tiram a coragem e a ousadia para se queixarem do câncer? Afinal, ele não passa de um espelho que mostra o nosso comportamento, nossos argumentos e, também, o fim do nosso caminho.
Não é preciso vencer o câncer: ele tem de ser compreendido, para que nós também possamos compreender a nós mesmos. Mas as pessoas sempre quebram seus espelhos quando a imagem não os agrada! As pessoas tem câncer porque elas são um cancro para a natureza.
O câncer representa uma grande oportunidade para descobrirmos nossos próprios erros de pensamentos e enganos. Façamos então uma tentativa para localizar os pontos fracos do conceito que usamos para definir o câncer como uma imagem do mundo. Em última análise, o câncer se vê diante da pedra miliária representada pela polaridade "eu ou a sociedade". Este "ou...ou" é tudo o que ele consegue ver e, assim sendo, resolve buscar a sobrevivência por conta própria, à revelia do seu meio ambiente, e acaba por descobrir tarde demais que de fato depende dele. Na verdade, ele carece de toda percepção da unidade maior, todo-abrangente. Ele considera a unidade somente em termos do seu próprio autodelineamento. Essa incompreensão, ou compreensão equivocada da unidade, é compartilhada por seres humanos e tecido canceroso. Também nós nos dividimos mentalmente, também damos origem à divisão entre o "eu" e o "tu", sem compreender a futilidade de pensar em termos de "unidades". A unidade e a unicidade são a essência de tudo o que existe: fora dessa existência não há nada. Dividir a unidade em pedacinhos faz com que obtenhamos a diversidade; esta porém é o que, em última análise, se junta para formar uma unidade.
Quanto mais o ego se subdividir tanto mais perderá o senso da totalidade do qual ainda faz parte. É então que sucumbe à ilusão de que pode agir "sozinho". Todavia, a palavra sozinho significa um-só e inclui um-só-com-tudo, e não o contrário, ou seja, a separação autêntica do resto do universo. Mais precisamente, o nosso eu apenas pode imaginá-la. Na medida em que o eu se fecha, o homem perde a sua ligação ancestral com a origem do seu ser. O ego tenta satisfazer suas necessidades e dita o rumo. Tudo isso é conveniente e certo para o eu, no que se refere a uma progressiva separação, a uma crescente diferenciação, visto que através da acentuação de cada limite ele se sente melhor. O ego só tem medo de tornar-se uno, pois isto significa a sua morte. O ego defende sua existência com muito alarido, inteligência e bons argumentos, e apresenta as mais sagradas teorias e as mais nobres intenções a seu favor: o principal é que sobreviva.
Enquanto o nosso eu se esforçar para alcançar a vida eterna, ele fracassará tal como a célula cancerosa. A célula cancerosa se diferencia da célula corporal através da supervalorização do seu ego. Na célula, o núcleo da célula corresponde ao seu cérebro. Na célula cancerosa, o núcleo aumenta constantemente de importância e isso amplia seu tamanho (o câncer também é diagnosticado através da modificação morfólogica do centrossoma). A modificação desse núcleo celular corresponde à ênfase dada ao raciocínio mental egocêntrico do qual nossa época está impregnada. A célula cancerosa busca a vida eterna na multiplicação material e na expansão. Tanto a célula como o ser humano não compreendem que buscam algo na matéria, num local onde não existe, mais precisamente, a vida. O homem confunde o conteudo e a forma e tenta, através da multiplicação da forma, obter o ansiado conteudo. Mas Jesus já dizia: "Quem quiser obter a vida eterna, tem de perdê-la".
Todas as escolas iniciáticas ensinam desde épocas remotas o caminho oposto: sacrificar o aspecto formal a fim de obter o conteudo ou, em outras palavras, o eu tem de morrer para que possamos nascer outra vez no Si-mesmo. Convém notar: este Si-mesmo não é o meu si-mesmo, mas é o Ser. Ele é o ponto central que está em toda parte. O Si-mesmo não tem uma existência especial, visto que abrange tudo o que existe. É aqui que se elimina a questão: "Eu ou os outros?" O Si-mesmo não conhece outros, visto que ele é o Todo-Um. Um objetivo como esse parece perigoso ao ego e muito pouco atraente. Por isso não devemos nos surpreender quando o ego empreende todos os esforços para trocar esse objetivo de unificação por um ego forte, grande, sábio e iluminado. No caminho esotérico, bem como no religioso, a maioria dos visitantes fracassa quando tenta obter a solução dos conflitos ou a iluminação por meio do eu. Muitos poucos entendem o fato de que o eu com o qual se identificam nunca poderá ser salvo ou iluminado.
A grande obra sempre pressupõe o sacrifício do eu, sempre pressupõe a morte do ego. Não podemos salvar o nosso eu, só podemos nos desapegar dele: neste caso, estamos salvos. O medo que mais surge nesse ponto, o de não existir mais, só comprova o quanto nos identificamos com o nosso eu e como sabemos pouco sobre ele. Justamente aí está a oportunidade para solucionar o problema do câncer. Só quando aprendermos a questionar de forma lenta e progressiva a rigidez do nosso eu e os nossos limites, e só quando nos abrirmos é que começaremos a nos sentir como parte do todo e, portanto, começamos a assumir responsabilidade também pelo todo. Nesse caso, também compreenderemos que o bem-estar do todo significa o nosso bem-estar, pois como parte somos simultaneamente unos com o todo. Toda célula contém a mesma informação genética geral do organismo: ela apenas tem de compreender que na verdade ela é o todo! A filosofia hermética nos ensina que o microcosmo é igual ao macrocosmo.
O erro de raciocínio que cometemos está na diferença entre o eu e o tu. Assim surge a ilusão de que como um eu podemos sobreviver muito bem, na medida em que sacrificarmos o tu e o usarmos como solo nutritivo. Na realidade, o destino não permite a separação entre eu e tu, entre parte e todo. A morte provocada pela célula cancerosa do organismo significa também a sua própria morte, assim como, por exemplo, a morte do meio ambiente incluiria a nossa própria morte. Todavia, a célula cancerosa, tal como os homens, acredita num exterior independente dela. Essa crença é mortal. O antídoto para ela chama-se amor. O amor nos torna perfeitos, visto que abre as limitações e permite a entrada do outro para que haja uma união. Quem ama não coloca o próprio eu em primeiro plano, mas vive uma grande totalidade. Quem ama sente o que acontece à pessoa amada como se acontecesse consigo mesmo. Isso não é válido só no âmbito humano. Quem ama um animal não pode considerá-lo do ponto de vista social como um produto nutritivo. Ao mencionar o amor não estamos nos referindo a um pseudo-amor sentimental, mas àquele estado de consciência que de fato capta algo da unidade de tudo o que existe, e não aquele comportamento, bastante frequente, no qual tentamos compensar os sentimentos inconscientes de culpa devidos à agressividade reprimida por meio de "boas-ações" ou de uma devoção exagerada aos animais. O câncer não mostra o amor vivido; o câncer é um amor pervertido!
O amor vence todas as barreiras e limitações.
No amor se unem e se fundem todos os opostos.
Amar é tornar-se uno com o todo; o amor se expande para tudo e não se detém diante de nada.
O amor não teme a morte, pois amar é viver.
Quem não viver este amor na consciência corre o risco de ver seu amor vincular-se à materialidade, tentando nesse âmbito fazer valer as leis que também regem o câncer.
A célula cancerosa vence todas as fronteiras e limites. O câncer elimina a individualidade dos órgãos.
O câncer se estende por tudo e não se detém diante de nada (metástases).
A célula cancerosa não teme a morte.
O câncer é o amor num nivel equivocado. A perfeição e a unidade só podem ser concretizada na consciência, não na matéria, visto que a matéria é a sombra da consciência. No mundo transitório das formas o homem não consegue concretizar aquilo que pertence a um âmbito eterno. Apesar de todo esforço dos reformadores do mundo, nunca haverá um mundo perfeito, sem conflitos e sem problemas sem lutas. Nunca haverá pessoas sadias sem doenças e morte, nunca haverá o amor todo-abrangente, já que o mundo das formas vive das limitações. No entanto, todos os objetivos podem ser concretizados - por cada um e a qualquer tempo - quando a pessoa conseguir enxergar através das formas e tornar-se livre em sua consciência. No mundo polarizado, o amor leva ao apego; na unidade, ele leva ao transbordamento. O câncer é o sintoma do amor mal-compreendido. O câncer só sente respeito pelo amor verdadeiro. E o símbolo do amor perfeito é o coração. O coração é o único órgão que não pode ser atacado pelo câncer.

Extraido do livro «A DOENÇA COMO CAMINHO»
Autores: Thorwald Dethlefsen & Rüdiger Dahlke

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O CORAÇÃO COMO MÉTODO





(OSHO, For Madmen Only, # 10 )

O homem pode funcionar a partir de três centros: um é a cabeça, outro é o coração e o terceiro é o umbigo. Quando você funciona a partir da cabeça, você produz pensamentos e pensamentos e pensamentos. Eles são muito insubstanciais, da matéria dos sonhos - eles prometem muito e não entregam nada.

A mente é uma grande trapaceira, mas tem uma tremenda capacidade de iludir, porque ela pode projetar. Ela pode lhe dar grandes utopias, grandes desejos, e vai sempre dizendo: "Amanhã vai acontecer" - e nunca acontece.

Nada acontece na cabeça - a cabeça não é o lugar para as coisas acontecerem.

O segundo centro é o coração. É o centro do sentir - sentimos através do coração. Você está mais perto de casa - não ainda em casa, mas mais próximo. Quando você sente, você é mais substancial, você tem mais solidez; quando você sente, há a possibilidade de algo acontecer. Não há nenhuma possibilidade com a cabeça, há uma pequena possibilidade com o coração.

A coisa real não é o coração ainda. A coisa real é mais profunda que o coração - é o umbigo. É o centro do ser.

Pensar, sentir e ser - esses são os três centros. Mas certamente o sentir está mais próximo do ser do que o pensar, e o sentir funciona como um método.

Se você quiser descer da cabeça, precisará passar pelo coração - esse é o ponto de cruzamento onde as estradas se separam. Você não pode ir diretamente ao ser, não é possível; você precisará passar pelo coração. Assim, o coração deve ser usado como um método.

Sinta mais e você pensará menos. Não lute contra os pensamentos, porque lutar contra os pensamentos significa novamente criar outros pensamentos de luta. Então, a mente nunca é derrotada. Se você ganhar, foi a mente que venceu; se você for derrotado, você é o derrotado. Nunca lute contra os pensamentos; isso é inútil. Em vez de lutar contra os pensamentos, mova a sua energia para o sentir. Cante em vez de pensar, ame em vez de filosofar, leia poesia em vez da prosa. Dance, olhe a natureza, e tudo o que você fizer, faça-o através do coração.

Por exemplo, quando você tocar alguém, toque com o coração, toque sentindo, deixe seu ser vibrar. Quando olhar para alguém, não olhe simplesmente com olhos mortos como pedra. Deixe sua energia verter através dos olhos e, imediatamente, você sentirá que algo está acontecendo no coração. É apenas uma questão de experimentar.


O coração é o centro negligenciado. Quando você começa a prestar atenção nele, ele começa a funcionar. Quando ele começa a funcionar, a energia que estava automaticamente indo para a mente, começa a se mover através do coração. E o coração está mais próximo do centro de energia. O centro de energia está no umbigo - assim, bombear energia para a cabeça é, na verdade, um trabalho árduo.

É para isso que existem todos os sistemas educacionais: para ensiná-lo a bombear energia do centro, diretamente para a cabeça. Para ensiná-lo a se desviar do coração. Dessa maneira, nenhuma escola, nenhum colégio, nenhuma universidade ensina a sentir. Eles aniquilam o sentir, porque sabem que, se você sentir, não poderá pensar.

Se você sentir muito, então a energia ficará parada no centro do coração, não irá para a cabeça. Ela só pode ir para a cabeça quando o centro do coração é completamente negado. Ela tem de ir para algum lugar, tem de encontrar uma saída. Se o coração não for a saída, ela irá para a cabeça.

De fato, todo o sistema educacional desenvolvido em todo o mundo é para ensiná-lo a evitar o coração, a como tornar-se mais e mais mental e a como bombear a energia diretamente para a cabeça.

Assim, o amor é negado, o sentimento é negado, condenado - é quase um pecado sentir. A pessoa tem de ser lógica e racional, não emocional. Se você for emocional, as pessoas dirão que você é infantil - de certa forma, eles estão literalmente certos, porque só uma criança sente. Uma pessoa adulta instruída, culta, condicionada, pára de sentir. Ela se torna quase seca, madeira morta - não flui mais nenhum sumo dali. Daí haver tanto sofrimento: o sofrimento é por causa da cabeça.

A cabeça não pode celebrar, não há nenhuma celebração possível através da cabeça - ela pode pensar sobre e sobre e sobre, mas ela não pode celebrar. A celebração acontece através do coração.

Assim, a primeira coisa é começar a sentir cada vez mais e mais. Torne-se uma morada de amor, um santuário de amor; este é o primeiro passo. Uma vez que você dê este primeiro passo, o segundo será muito, muito fácil.

Primeiro, você ama - a metade da jornada está completa. E assim como é fácil mover-se da cabeça para o coração, é ainda mais fácil mover-se do coração para o umbigo. No umbigo você é simplesmente um ser, puro ser.